Mensalinho e insinuações sobre a filha fizeram Carlos Miguel romper
Menon
11/09/2014 23h12
O rompimento – ruidoso de Carlos Miguel com Juvenal Juvêncio – tem motivações políticas, pessoais e financeiras.
FINANCEIRAS – O atual presidente, ao tomar posse, não gostou de ver os resultados de uma política assistencialista montada no clube. Dirigentes e conselheiros eram presenteados com mimos às custas do clube. Viagens com o clube, ingressos para shows, camisas do clube, motoristas e coisas mais prosaicas como o marceneiro contratado pelo clube ser cedido para fazer obras em apartamentos. "É uma espécie de mensalinho", me diz um conselheiro.
OBSERVAÇÃO 1 – Interessante notar que esse estilo de governança, esse apadrinhamento ajudou na eleição de Carlos Miguel Aidar.
OBSERVAÇÃO 2 – O presidente não sabe, mas continua. Quando fiz algumas críticas à ele, fui procurado por um assessor que queria me presentear com ingressos para One Diretion. Recusei.
FAMILIAR – Carlos Miguel, incomodado com esse tipo de gestão, passou a fazer comentários e a agir discretamente. Ouviu, então, insinuações de que estava fazendo o mesmo por haver nomeado a filha, Mariana, como diretora do clube. Mariana é ex-agente Fifa. Os boatos, maldosos, insinuavam que, como diretora, ela poderia ter ascendência sobre jogadores de Cotia.
Muito irritado, Carlos Miguel afastou a filha e resolveu agir.
POLÍTICA – Ele percebeu que Juvenal e. Juvêncio pensava em manter muito poder no clube. Seus amigos estariam a salvo, ninguém mexeria com eles. E teria o domínio de Cotia.
Carlos Miguel seria um fantoche. E ele, ex-presidente e filho de presidente, não poderia aceitar.
Então, assustado com problemas financeiros, magoado com insinuações maldosas sobre a filha e decidido a dar um basta à tentativa de poder dividido, resolveu dar um estrondoso basta.
O clube passa a ter três forças políticas: Carlos Miguel, Juvenal Juvêncio e a oposição, que se divide em duas: aquela mais antiga, que sempre foi contra Juvenal e a outra, que veio de uma dissidência do grupo de Juvenal, comandada por Marco Aurélio Cunha.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.