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Ministério do Esporte teme pelo fim em caso de vitória de Marina

Menon

19/09/2014 15h05

O Brasil pode ficar sem um Ministério do Esporte a dois anos da realização da Olimipíada do Rio-16? Para o ministro Aldo Rebelo e para Ricardo Leyser, secretário nacional de esporte de alto rendimento, a possibilidade é concreta, em caso de vitória da candidata Marina Silva.

A preocupação de ambos foi externada após uma entrevista de Marina Silva ao jornal O Globo, em 11 de setembro. Ela foi perguntada pelo jornalista Jorge Luiz Rodrigues se, caso eleita, manteria o Ministério.

A resposta foi a seguinte:

"Nós estamos fazendo uma avaliação criteriosa para diminuir o tanto de ministérios que foram criados. Mas não vamos fazer isso de uma forma apressada. Estamos fazendo as coisas sem estar apressados. Prefiro fazer com critério".

Vou colocar abaixo a análise de Jorge Luiz Rodriguez sobre a entrevista com Marina Silva:

" A marina fala com o coração. Ela tem postura firme, fala com convicção, melhor que no passado. Mas eu lamento a parte em que falou sobre o esporte. No ano passado, tivemos 56 mil assassinatos no Brasil. O esporte tem um papel relevante na construção de uma vida melhor, como oportunidade social para famílias carentes. Falta isso ao programa de governo dela. Acho que o esporte ainda é tratado com certo desdém, um certo "nojo" pela política pensante do Brasil. Fundir o Ministério do Esporte com outra parte, neste momento em que pode ser um alavancador de projetos sociais para os Jogos Olímpicos, seria um retrocesso sem igual. Seria voltar no tempo uns 30 anos em política esportiva no país – disse.

Aldo Rebello divulgou sua impressão sobre o assunto: "É lamentável que a dois anos dos Jogos do Rio de Janeiro, justamente quando o Brasil alcança seu melhor desempenho pós-olimpíada, com mais de 100 medalhas conquistadas em campeonatos mundiais de modalidades olímpicas e paraolímpicas em 2013 e 2014, a candidata não expresse claramente seu apoio aos nossos atletas".

Conversei com Ricardo Leyser  Perguntei se ele percebia um perigo real de fim do Ministério dos Esportes a partir da declaração de Marina. Ele me respondeu com outra pergunta. "Se perguntassem sobre o fim do Ministério da Educação ou da Saúde, ela responderia da mesma maneira? Ou seria assertiva para negar? Eu realmente acredito que haja esse grande risco", disse.

Leyser acrescentou exemplos de como o esporte foi tratado em Pernambuco, com o governador Eduardo Campos e Minas Gerais, com Aécio Neves.

"Em Pernambuco, houve a extinção da secretaria de esportes, absorvida pela secretaria de educação. Em Minas, aconteceu o mesmo e foi criada a secretaria da Copa do Mundo, Juventude, Esporte e Combate às Drogas", afirmou.

Argumentei, então, que continuou havendo uma atenção ao esporte.

A resposta de Leyser:

"No dia a dia fica muito difícil o esporte pautar a atuação de uma secretaria que também tem a educação. Quantas vezes um secretário vai falar com o governador sobre esporte? E sobre cultura? O mesmo ocorre em Minas. Há uma perda de foco, Fica pior ainda quando pensamos na Olimpíada. É como tirar um evento dessa magnitude da agenda da presidente da República".

Com a proximidade da eleição presidencial, o assunto deve tomar corpo. Tomara que chegue aos debates eleitorais e tome conta das ruas.

 

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


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