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Eurico Miranda é um injustiçado

Menon

14/11/2014 14h18

Eurico Miranda sempre foi tratado como o "câncer do futebol brasileiro". Um xingamento que se transformou em aposto de 2001 a 2007 quando ele dirigiu o Vasco da Gama. Antes, quando era diretor de futebol, já se falava mal dele, mas "câncer do futebol brasileiro", Eurico só virou a partir da presidência.

Pois bem, o "câncer do futebol brasileiro" foi extirpado da forma mais bonita possível, através do voto. E, mais bonito ainda, foi derrotado pela mítica figura do "ex-atleta-que-virou-dirigente", uma panaceia incentivada por jornalistas. Exista até quem defenda cota para "ex-atleta-que-virou-dirigente" nas propostas de renovação do futebol brasileiro. Como se fosse garantia de êxito.

Eu adoraria que Sócrates fosse jogador do meu time. Eu tenho quase certeza que me decepcionaria se ele fosse dirigente do meu time. Mas, deixemos o gênio descansar e voltemos ao "câncer do futebol brasileiro".

No caso do Vasco, o clichê "ex-atleta-que-virou-dirigente"  era reforçado pela presença de Roberto Dinamite, o maior artilheiro da história do clube, o maior jogador da história do clube, provavelmente. Sim, com Dinamite, o tiro era mais embaixo. O "ex-atleta-que-virou-dirigente" era o "mito-que-veio-salvar-o-Vasco" de todos os malfeitos perpretados pelo inominável, por aquele que dá azar dizer o nome, pelo "câncer do futebol brasileiro"

Passaram-se seis anos da retirada do "câncer do futebol brasileiro" e o que ocorreu com o Vasco? E com ele, o futebol brasileiro?

O Vasco foi rebaixado duas vezes para a segunda divisão do futebol brasileiro. E, faltando poucas rodadas, ainda não voltou. A dívida aumentou.

O futebol brasileiro se livrou de Ricardo Teixeira. E caiu nas garras de Marin, o Zé das Medalhas, que será sucedido por Marco Polo del Nero, o conquistador de moças desinteressadas.

O Brasil sofreu a maior goleada de sua história. O maior vexame de uma seleção profissional com certo gabarito.

O Ministério Público vê indícios que dirigentes (ou funcionários) da Portuguesa escalaram Heverton de forma irregular em benefício próprio. Venderam o clube. Foi Eurico? Quem comprou? Foi Eurico?

Eurico é truculento, gordo e feio. Fuma charuto e tem barba por fazer. E disse que seu time adora "jogadores que tem todos os dentes na boca". Epa, acho que me confundi. Será que foi ele mesmo.?

Pode não ter sido, mas foi ele que colocou milhões do próprio bolso no clube, não evitou a queda e agora passará a ser ressarcido pelo generoso empréstimo. Novamente, epa, foi ele mesmo?

Cada um que estiver lendo aqui, pense no seu clube.

Eurico Miranda, "o câncer do futebol brasileiro" é péssimo dirigente. Truculento, não é digno de confiança, desrespeita leis, faz troça das leis, procura brechas nas leis – eu me lembro de um jogo em que Edmundo havia levado o terceiro amarelo e fez, atendendo Eurico, de tudo para ser expulso, de maneira a permitir que o clube entrasse com pedido de efeito suspensivo autorizando sua presença no jogo seguinte, o que de fato ocorreu – Eurico, o "câncer do futebol brasileiro" faz de tudo. E é a cara do futebol brasileiro.

Ele não é o tumor. Ele não é algo externo ao futebol brasileiro. Ele é a cara mais feia do futebol brasileiro. Não há nada a separá-los. Sua ausência não purificou o futebol, sua volta não vai conspurca-lo. São unha e carne.

Eurico Miranda não é O câncer do futebol brasileiro. Ele é UM câncer do futebol brasileiro, que vive em metástase.

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


Menon