Avanti cobra ingresso de Maria Eduarda. Ela tem seis meses.
Menon
28/05/2015 16h28
No domingo passado, o amor foi posto à prova. "Minha mulher, a Tatiane, queria conhecer a nossa arena. Escolhemos o jogo contra o Goiás porque o horário era bom e por ser jogo de uma torcida só e não haveria problemas de briga. Escolhi lugares longe das torcidas organizadas. Então, tivemos a ideia de levar a Maria Eduarda. Para ter fotos dela na arena, para termos lembranças queridas da infância."
Rodrigo comprou dois ingressos: um para ele mesmo, usando o Avanti do irmão e outro para a mulher, usando o Avanti de Maria Eduarda. Algo normal, previsto no programa. Segundo Rodrigo, há pessoas que compram ingresso e não vão. Assim, ganham pontos que ajudam a ganhar um posto de destaque na hora de buscar ingressos para um jogo muito procurado.
Na hora de entrar na Arena, a surpresa. O diálogo, com funcionários do Avanti, responsáveis por informações e pela passagem nas catracas, segundo Rodrigo, foi assim:
– Está faltando um ingresso
– Como assim? Aqui está o meu e aqui o da minha mulher
– Está faltando o ingresso da nenê.
– A nenê? Ela tem seis meses e vai ficar no colo. Não ocupa lugar.
– Tem de pagar. Entrou, paga.
– Se ela tivesse dois ou três anos, eu entenderia. Mas nesse idade, se ela ficar em um banco, cai no chão e pode até morrer.
– Se está viva, tem de pagar.
– Mas isso é contra a lei.
– Aqui é uma propriedade particular. Paga quem a gente quiser que pague.
– Paga todo mundo?
– Até formiga paga. Passou por aqui, paga.
Depois de uma hora, Rodrigo conseguiu que um outro torcedor, que estava com dois Avanti, lhe vendesse um ingresso.
"Ele queria ganhar pontos e comprou o ingresso para mim. Estou muito decepcionado. O valor do plano da Duda já subiu de R$ 19,90 para R$ 29,90. E agora, sofri um desrespeito deste tipo. Minha mulher está preparando uma ação contra o Avanti. Não se trata um torcedor assim".
Maria Eduarda já tem história para contar aos amigos adolescentes, daqui a 13 anos. Não é a história que o pai havia imaginado, mas é uma história. Surreal história
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.