É difícil torcer para a seleção brasileira
Menon
14/06/2015 20h43
Ninguém é perfeito. Por que eu seria? Confesso que não tenho a menor boa vontade com a seleção brasileira. Tenho até uma certa implicância com o atual momento do time.
O primeiro motivo é a dificuldade que tenho em separar CBF da seleção brasileira. Olho para campo e, além de Neymar, vejo Marin curtindo uma cana na Suíça. E me lembro de Gilmar Rinaldi dizendo a CBF é algo exemplar. E me lembro do Parreira jurando que a CBF é o Brasil que deu certo.
Depois, me lembro de Walter Feldman e sua sinecura em Londres. Ele era secretário do prefeito Kassab e foi morar seis meses em Londres – com um bom salário pago pelos paulistanos – para aprender com a organização da Olimpíada. Só que a nossa Olimpíada será no Rio e ele não será ouvido para nada.
E Feldman jura que Del Nero é diferente de Marin. Como água e vinho. Não se misturam, como água e azeite. Mas, como, se viviam juntos como unha e carne?
E me lembro que a CBF votou em Blatter.
Tento esquecer. Faço de tudo para não misturar.
Mas algum jogador toma posição sobre os desmandos da CBF?
Alguém critica Marin?
Alguém ajuda o Bom Senso?
Olho para campo e vejo David Luiz, o marqueteiro.
Olho de novo e tem jogador da China. Dos Emirados Árabes Unidos
Vejo um time com apenas um craque. Apenas Neymar. Em 70, havia Jairzinho, Gerson, Tostão, Pelé e Rivellino. E Clodoaldo. E Edu na reserva.
Não sou saudosista. Apenas, vi. Queria não ter visto, assim não teria a idade que tenho.
O Brasil estreou na Copa América vencendo o Peru por 2 a 1. É a 11a vitórias seguida da seleção.
E daí?
Parece que não é comigo. Parece que não tenho nada com isso.
Parece?
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.