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Ceni, Zidane, Giovanni, Romário e Riquelme. As maiores atuações que eu vi

Menon

15/09/2015 06h03

Esse post foi baseado em uma postagem, no facebook, do amigo Alex Sabino

Ele traz a lista das cinco maiores atuações que eu vi em um campo de futebol. Para limitar as escolhas, optei por jogos em que eu estava em campo. In loco.

Não há uma ordem de grandeza. Nem alfalbética.

Vamos lá?

1) ROGÉRIO CENI, contra o Liverpool, em Yokohama, dezembro de 2005.

O terceiro título mundial do São Paulo pode se definir em três lances: 1) um improvável gol, com direito a lançamento de Fabão para Aloísio, passe de três dedos para Mineiro, 2) Uma entrada duríssima de Lugano matando um contra-ataque no lado esquerdo e a defesa.

A defesa que virou estátua. Foi aos 7 minutos do segundo tempo. Gerrard, no lado esquerdo do ataque, cobrou a falta. Ela tinha endereço. Estava selada, com cep correto. Estava endereçada àquela união de poste e travessão no estádio de Yokohama. A mão esquerda de Rogério Ceni impediu que o empate acontecesse. Parecia um pitbull espantando o carteiro. Uma defesa perfeita, épica, inesquecível. Mas não estamos falando de atuação? Pergunte aos são-paulinos se precisa mais do que isso para aquela ser uma atuação perfeita. Na noite gélida de Yokohama, Rogério Ceni tornou-se o maior goleiro da história do São Paulo.

FICHA TÉCNICA

SÃO PAULO
Rogério Ceni; Fabão, Lugano e Edcarlos; Cicinho, Mineiro, Josué, Danilo e Júnior; Amoroso e Aloísio (Grafite)
Técnico: Paulo Autuori

LIVERPOOL
Reina; Finnan, Carragher, Hyypia e Warnock (Riise); Sissoko (Pongolle), Gerrard, Xabi Alonso, Luís Garcia e Kewell; Morientes (Crouch)
Técnico: Rafa Benítez

Local: estádio Internacional de Yokohama, em Yokohama (Japão)
Árbitro: Benito Armando Archundia (México)
Auxiliares: Arturo Velázquez (México) e Héctor Vergara (Canadá)
Cartões amarelos: Lugano
Público: 66.821
Gols: Mineiro, aos 26min do primeiro tempo

2) ZIDANE, contra o Brasil, em Frankfurt, julho de 2006

Eu cobria a Argentina, que terminou sua participação na Copa perdendo para a Alemanha, nos pênaltis. Terminei o meu trabalho e tomei o trem que ia de Berlim a Frankfurt. São 350 quilômetros percorridos em quatro horas. O motivo? Resolvi cobrir o jogo do Brasil x França. Para mim, seria a última partida de Zidane pela seleção francesa.

Não foi a útlima. Deve ter sido a melhor. Ele deu um show no Brasil, com uma presença múltipla no campo. Esteve em todos os lugares ao mesmo tempo. Parecia um polvo de oito pernas. Desarmou, driblou, deu chapéu e mandou Ronaldo e sua troupe para casa.

Depois, na final, foi expulso após uma cabeçada em Materazzi. Que sujeito atormentado deve ser Zidane. Com aquela calma toda, aquela jeito de quem nem parece estar em campo, na verdade é um vulcão de sentimentos. Um argelino defendendo a França. Dividido entre mais um título mundial e em defender a honra da irmã.

3) GIOVANNI, contra o Fluminense, no Pacaembu, dezembro de 1995

O Santos era um time leve, jogava bonito e tinha a simpatia dos outros torcedores. Na semifinal do Brasileiro, foi ao Maracanã e perdeu por 4 a 1 para o Fluminense. Robert e Jamelli foram expulsos.

Precisava ganhar por três gols de diferença no Pacaembu.

Giovanni, com o cabelo pintado de vermelho parecia o capeta. Fez uma partida espetacular. No primeiro tempo, um gol de pênalti e outro de bico. No intervalo, o Santos não desceu para o vestiário. Ficou parado no centro de campo. A torcida cantou por 15 minutos. E o Fluminense voltou como se fosse um gladiador anoréxico contra um bando de leões famintos. Giovanni deu três passes decisivos. O Santos ganhou por 5 a 2 e foi "roubado" na final contra o Botafogo.

Foi a primeira de pouquíssimas vezes que eu comemorei um gol na cabine de imprensa.

Data: 10 de dezembro de 1995

O que estava em jogo: uma vaga na final do Campeonato Brasileiro de 1995

Local: Estádio do Pacaembu, São Paulo (SP), Brasil

Juiz: Sidrack Marinho

Público: 28.090 pessoas (o tobogã estava interditado neste jogo, por isso o público reduzido)

Os Times:

Santos: Edinho; Marquinhos Capixaba, Narciso, Ronaldo Marconato e Marcos Adriano; Gallo, Carlinhos, Giovanni e Marcelo Passos (Pintado, depois Marcos Paulo); Camanducaia (Batista) e Macedo. Técnico: Cabralzinho.

Fluminense: Wellerson; Ronald, Lima, Alê (Gaúcho) e Cássio; Vampeta, Otacílio, Aílton e Rogerinho; Renato Gaúcho e Valdeir (Leonardo). Técnico: Joel Santana.

Placar: Santos 5×2 Fluminense (Gols: Giovanni-SAN, aos 25 e aos 29´ do 1º T; Macedo-SAN, aos 5´, Rogerinho-FLU, aos 7´, Camanducaia-SAN, aos 16´, Marcelo Passos-SAN, aos 38´ e Rogerinho-FLU, aos 39´do 2º T).

ROMÁRIO, contra os EUA, em San Francisco, julho de 1994

Aqui, a recordação é muito mais emocional. Em 2000, Romário fez três gols na virada por 4 a 3 do Vasco sobre o Palmeiras. Em outro jogo, deu o famoso elástico em Amaral, antes do gol no Corinthians. Mas aquela vitória contra os EUA foi que mais me emocionou.

O Brasil estava com dez.

Era 4 de julho, dia da independência deles.

San Francisco, belíssima, acordou cheia de bandeiras com listras e estrelas.

O estádio lotado cantava USA, USA.

Tudo era difícil.

Então, Romário pegou a bola no meio campo. Caminhou em linha reta e deu o lindo passe para Bebeto, entre o roqueiro Lalas e o gordinho Meola.

Bebeto, um definidor por excelência, tocou no canto.

Bebeto gritou Eu te amo.

E eu gritei EI, EI, EI, FUCK YOU USA

5) RIQUELME, contra o Palmeiras, em São Paulo, junho de 2001

Juan Roman Riquelme tem cara de Topo Gigio. Esta em campo como quem está em casa, absorto, ouvindo as novidades do filho que ainda não viu naquele dia.

Além dessa calma, tinha uma altivez de herói. Jogava sempre com a cabeça ereta, olhando para a frente. Nunca olhou para baixo. Riquelme nunca soube que a grama era verde. Nunca havia olhado para a grama.

Até aquele jogo da Libertadores contra o Palmeiras. Semifinal, jogo de volta.

Apanhou demais de Argel. Foi constantemente derrubado.

E reagiu com toques, passes, deslocamentos, com futebol na sua essência. E ainda fez um gol

Ou terá sido o contrário? Foi Argel que reagiu com patadas àquela aula?

Não interessa. Foram momentos inesquecíveis até pelo palmeirenses presentes no estádio.

PALMEIRAS

Marcos ; Arce, Alexandre , Leonardo de Paula e Felipe (Argel); Galeano, Magrão , Lopes e Alex; Juninho (Muñoz) e Fábio Júnior (Basílio).
Técnico: Celso Roth

BOCA

Córdoba ; Ibarra , Bermúdez, Burdisso e Matellán ; Serna, Traverso, Pinto (Battaglia) e Riquelme; Gaitán e Giménez (Delgado).
Técnico: Carlos Bianchi

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


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