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Dicas sobre a decadência de Luxemburgo

Menon

18/09/2015 14h35

Vanderlei Luxemburgo, multicampeão no futebol brasileiro, está desempregado. Pela segunda vez no mesmo Brasileiro, foi demitido. Flamengo e Cruzeiro consideraram melhor estar sem ele do que com ele. Tem sido assim nos últimos anos.

Conversei com alguns jogadores e assessores e há um certo padrão nas críticas que fazem ao treinados. São pontos recorrentes.

1) Treinos ultrapassados – Jogadores conversam muito e trocam informações entre si. E, há entre eles, muitas restrições aos treinos de Luxemburgo. Restrições que aumentam quando comparam com métodos de outros treinadores. A intensidade do trabalho é menor. Não há nada sobre ocupação de espaços, sobre qual postura tática adotar em campo, sobre informações sobre o adversário. Uma dica ou outra, nada muito aprofundado. Com Luxemburgo, há polimento técnico, chutes a gol, domínio de bola, mas os jogadores acham que é pouco hoje em dia.

2) Apego ao passado – Os jogadores já esperam que, à primeira derrota, Luxemburgo recorra a chavões como "não tenho nada que provar a ninguém", "é preciso respeitar minha história", "minha carreira não pode ser julgada porque não ganhei uma Libertadores". O discurso é motivo de ironia e gozação. Para os jogadores, mostra uma fraqueza emocional, um apego a glórias que já estão longe. Não passa confiança.

3) Vida pessoal – Há uma perda de comando quando atletas ficam sabendo que o treinador tem prazo estreito para pagar uma dívida de jogo no Paraguai, que ainda deve dinheiro a um ex-jogador etc. Ninguém se posiciona, ninguém cobra, mas há um desconforto. Quem vai fazer um pacto por alguém que tem esse tipo de atitude?

4) Boa surpresa – Com esse quadro, jogadores de Luxemburgo chegam a se surpreender positivamente com instruções que ele passa durante o jogo. Corrige posicionamento, pede mudança de atitude e até consegue extrair algo de bom dos jogadores. São mudanças que dão certo mas que não foram treinadas durante a semana. Fica a impressão que ele descobriu algo na hora, durante o jogo. Mostra que ainda é brilhante. Mas que falta trabalho.

Para mim, é uma pena. Luxemburgo sempre foi um exemplo de treinador criativo, de profissional brilhante, em busca de futebol bonito e vencedor.

Hoje, por mais cruel que seja a analogia, parece carta fora do baralho.

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


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