São Paulo, a tartaruga manca e o poodle nervosinho
Menon
16/12/2015 17h48
O fim do ano do São Paulo está marcado pela presença de uma tartaruga e um poodle.
A tartaruga não é uma, são três. Como no cinema, quando o diretor vai adaptar um livro e reúne três ou quatro personagens em um só. É algo comum, para não se fazer uma adaptação literal de um meio de expressão para outro completamente diferente.
Fala-se em Kieza e Renê. Considerando que o clube passa por dificuldades financeiras – não tem um patrocinador há um bom tempo – são boas opções. Mas ninguém sabe se serão concretizadas. Ninguém sabe de nada.
A diretoria busca jogadores experientes ou irá apostar em garotos como Joanderson, Murilo, Inácio e Banguelê? Aliás, há dificuldades inclusive em renovar o vínculo com Matheus Reis.
Breno e Rodrigo Caio serão zagueiros ou volantes. Aqui, é nítida a síndrome do cobertor curto. Se os dois cobrirem a zaga, haverá apenas Thiago Mendes como volante de confiança. Se os dois foram volantes, a zaga ficará com Lucão e Lyanco?
Ora, vá perguntar para o treinador.
Vou, mas quem é o treinador?
A urgência é enorme. A estreia na fase preliminar da Libertadores será dia 3 ou 10 de fevereiro. E a lista de possíveis adversários tem nomes de respeito como Racing e Huracán, ambos argentinos, Guarani do Paraguai, Universidad do Chile, Puebla, do México e Independiente Santa Fe, da Colômbia. Há outros mais fracos, como River Plate, do Uruguai, Oriente Petrolero, da Bolívia, Caracas, da Venezuela, e Universidad Cesar Vallejo, do Peru. Mais fracos? Todos já tem técnico.
A situação é perigosa.
Bem, vamos ao poodle.
Colegas tem entrevistado o ex-presidente Carlos Miguel Aidar. Estão certos. Ele deixou o clube há dois meses, sob duras suspeitas e seria
Falou sem nenhum senso de oportunidade.
1) Juvenal morreu. Ele deveria dizer: "descanse em paz". Mais nada. A empáfia não deixa. Tinha de afirmar que JJ foi "cria dele".
2) Rogério Ceni. O ídolo se despede em uma festa emocionante, amado pela torcida e lá vai Aidar dizer que ele tinha inveja do salário de Pato e que não deixava novas lideranças nascerem. Por que renovou seu contrato, então?
E continuou disparando contra Osorio, Abílio Diniz, Milton Cruz, Ataíde e quem mais passasse por perto de sua metralhadora.
E daí?
Ninguém ligou. Ninguém comenta.
Só se fala de outra coisa.
Não foi o rugido de um leão. Não foi o latido de um pitbull.
Foi apenas o gritinho nervoso de um poodle.
O poodle da Cinira.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.