Palmeiras líder. Javali selvagem ou porquinho da Índia
Menon
03/03/2016 23h58
O Palmeiras ganhou por 2 a 0.
Fez um gol em cada tempo.
Os dois gols foram marcados por argentinos.
E só. Não há mais nada semelhante entre o que se viu no primeiro tempo e no segundo. Ao contrário. Muito pelo contrário.
O Palmeiras, no primeiro tempo, foi muito valente. Correu muito, impôs o jogo, enfrentou adversários e poças de água. O gol de Cristaldo foi um exemplo para jovens garotos. Apesar da água, ele recusou o mergulho. Trombou, dividiu, acreditou e fez o gol. Gol de time javali, brigador.
O segundo tempo foi inacreditável. O Rosario jogou no campo do Palmeiras. Impressionante como entrava pelo meio da defesa, com toques curtos. Nada de jogo pelos lados, de chutões ou cruzamentos. Havia o jogo alto, é lógico, mas a tendência era a tabela, o toque. Sempre pelo meio.
Houve o pênalti. Prass defendeu.
E nada mudou. O Palmeiras continuou a se portar com uma timidez impressionante. Uma passividade bovina.
Muitos criticam Marcelo Oliveira. Eu acho seu trabalho bem fraco. Contra o Rosario, o time voltou a ter pouca identidade tática, voltou a não ter padrão de jogo, voltou a não ter uma cara definida. Nem que seja uma cara feia como o São Paulo de Bauza, totalmente defensivo.
Mas, o que me assusta mais é a postura dos jogadores. Mesmo se o técnico tivesse sido expulso, os jogadores precisavam ter uma postura agressiva, mais protagonista. Não interessa a situação, um time do Palmeiras não pode se comportar como um porquinho da Índia. O gol de Allione não muda essa impressão deixada no jogo.
O Palmeiras é líder. Tem ainda dois jogos em casa. Na última rodada, recebe o River, enquanto Rosario e Nacional se enfrentam em Montevidéu.
É lógico que pode se classificar.
Mas, o segundo tempo de ontem foi um aviso mais do que vermelho, foi roxo, foi púrpura. Deep Purple.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.