Palmeiras, sem brio e sem vergonha
Menon
27/03/2016 18h03
Deve haver uma explicação tática para a derrota do Palmeiras. Algo que fale em losango de base baixa, 4231 reativo, quadrado mágico, flutuação, transição etc e tal.
Deve haver uma explicação psicológica, que englobe Freud, Jung e outros gênios.
Deve haver uma explicação gerencial, com Mattos gastando mal o dinheiro do Nobre.
Deve haver alguma explicação esotérica, que fale do signo dos jogadores, da conjunção de Sol e Lua.
Deve haver uma explicação técnica que explique os dois gols em cobrança de escanteio e o terceiro gol do Água Santa, com oito passes sem interrupção.
Tudo pode explicar o 4 a 1.
Eu vou me ater a uma outra linha.
Faltou brio.
Faltou vergonha.
O jogo estava 4 a 1 e os jogadores trocavam passes como se estivesse 8 a 0 a favor. Como se o calor fosse de mil graus. Como se fosse um time sem passado, sem torcida, sem camisa a ser honrada.
Quando um time está perdendo de 4 a 1 é comum – e não digo que seja aceitável – que os jogadores se desesperem, corram feito loucos, participem das divididas com raiva e vergonha, apelem, façam faltas feias e sejam expulsos.
O Palmeiras?
Nada disso.
Perdeu de quatro sem nenhuma reação. Sem nenhum espasmo.
Sem nenhum brio.
Sem nenhuma vergonha.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.