Topo

Sampaoli e Del Nero, o galã, são como água e vinho

Menon

13/04/2016 06h00

A entrevista de Jorge Sampaoli ao jornal La Tercera, do Chile, mostra um homem inquieto e inquietante. Ele conta que deixou a família na pequena Casilda (80 mil habitantes), sua terra natal, em busca de futebol. "Todos diziam que eu não era nada e não deveria sair, mas fui atrás do meu sonho". Dirigiu equipes pequenas na Argentina e alcançou grande sucesso no Emelec do Equador, Universidad do Chile e na seleção chilena, ganhado a Copa América. "Gosto de dirigir em equipes que possam gerar grandes transformações".

Sampaoli define, na entrevista, o seu gosto pelo futebol bem jogado. E é aí que entra o Brasil.

"Hoje, todo o mundo corre em demasia. Não se pensa. Não se joga por diversão. Nós que fazemos o futebol temos que nos encantar novamente com o amadorismo, voltar às origens. Hoje, ninguém disfruta o jogo. Se sofre com o jogo. Por isso, há cada vez menos Aimar, Francescoli, Riquelme e nem vou falar de Messi. É O QUE ACONTECE COM O BRASIL. TINHA UMA EQUIPE PARA SER CAMPEÃO DO MUNDO E SOFREU. ANTES, UM TIME IA AO BRASIL COM A PREOCUPAÇÃO DE QUANTOS GOLS VOLTARIA PARA CASA. HOJE É O CONTRÁRIO".

Que diagnóstico tão cruel quanto verdadeiro do homem que se diz fã do futebol holandês, da escola de Cruyff e de Guardiola! "Pep privilegia a imaginação. É o mais valente e criativ o na hora de buscar inovação em suas equipes. A arte somada ao ataque é o que mais se aproxima da perfeição, do futebol espetáculo".

São ideias e conceitos que poderiam levar o Brasil novamente ao seu caminho histórico. O Brasil nunca venceu uma Copa do Mundo jogando pior que os outros. Mesmo a criticada seleção de 94 foi melhor que as outras, afinal tinha Bebeto e Romário.

A solução estava próxima. E foi desperdiçada.

Os cursos de autoajuda dizem que "as crises são fontes de oportunidades. Uma crise como o 7 a 1 deveria ser estudada e criar espaço para novas soluções. A seleção deveria ficar sem jogar por quatro meses, seis meses, um tempo assim. A CBF deveria chamar treinadores, jogadores, jornalistas, torcedores, fisiologistas para uma grande reunião. Presencial para alguns, virtual para muitos. Traçar um grande painel do momento futebolístico brasileiro em 2014. Descoberto os problemas, pensar em soluções. Sampaoli poderia ser uma delas.

Acorda, blogueiro.

Mandaram o Scolari embora e 15 dias depois trouxeram o Dunga.

O presidente Zé das Medalhas foi preso.

Entrou Del Nero, que não pode deixar o Brasil.

Del Nero, o galã, está de volta.

É muito mais fácil voltarem as garotas capas de revista do que as vitórias brasileiros conseguidas de forma fiel ao estilo brasileiro.

Os outros países precisam errar muito para que o Brasil volte a ganhar uma Copa do Mundo antes de 2030.

 

 

 

 

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Sampaoli e Del Nero, o galã, são como água e vinho - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


Menon