Fabrício teve caráter e enfrentou os covardes. Resistirá ao amendoim?
Menon
27/04/2016 10h34
O novo palmeirense foi revelado no São Paulo. Era um meia habilidoso nas categorias de base e não teve chances no time de cima. Esteve no Bragantino, no Corinthians – Leão o escalou contra o Flamengo no Maracanã, por 45 minutos – e no Monte Azul, na segunda divisão do Paulista. Dali, veio para a Portuguesa, onde se firmou na lateral-esquerda.
Tem bom passe e pouca velocidade para fazer a ultrapassagem. Cruza bem.
Pode ser útil para o Palmeiras. Principalmente se estiver bem. Se estiver em harmonia.
Um Palmeiras conturbado é dose para leão. A pressão é enorme. O caldeirão ferve de tal maneira que até Obelix se assusta.
E Fabrício não reagiu bem à pressão da torcida do Inter. Houve um jogo em que mal conseguia tocar na bola. A vaia era imensa. Era fascista. Transportado para as relações pessoais era como se naquele tranquilo churrasco familiar alguém passasse a gritar, a ofender, o dono da casa, da carne e da cerveja. Sem direito a resposta.
Fabrício reagiu como um ser humano normal faria em seu churrasco. Expulsaria o falastrão.
Foi o que fez, totalmente descontrolado. Um ser humano no limite de suas forças, reagiu. Mostrou o dedo para a torcida.
Se um torcedor visse Fabrício fazendo aquilo em uma briga no posto de gasolina, por exemplo, com certeza o apoiaria. Mas como o gesto desesperado – mal-educado também, sem dúvida – foi contra a própria torcida, não houve escapatória. Fabrício teve de sair. A diretoria do Inter rapidamente o colocou no Cruzeiro. Foi bem no começo, mandou Mena para o banco e depois, caiu.
Os torcedores estão se agrupando de maneira intolerante. Aceitam tudo, menos que o jogador tenha a coragem de confronta-los. Jogador pode tudo, pode jogar mal, pode faltar no treino, pode desrespeitar o clube, mas se enfrentar a torcida…
A TORCIDA, entidade acima do bem ou do mal, algo que não pode ser contestado…Como se fosse a IGREJA, o GOVERNO, o PARTIDO NAZISTA…
São craques em perseguição. É só olhar o que os são paulinos fazem com Michel Bastos e com Denis, que realmente não estão jogando bem. Não tem sossego nas redes sociais e nem em campo.
Quando alguém reage a tanta intransigência, e chamado de antiprofissional.
Fabrício enfrentou essa gente covarde que se esconde sobre o manto do anonimato, que é corajosa enquanto turba e nunca enquanto individualidade. Em bando, são agressivos. Sozinhos, são docinhos. Em ambos os casos, são covardes
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.