Dunga acerta com David Luiz, tio do pavê, e Ganso, garoto da sinuca
Menon
02/05/2016 10h53
Na quinta-feira, Dunga dará a lista definitiva dos 23 jogadores que estarão na Copa América dos EUA, comemorativa dos 100 anos
A evolução de Ganso não passa pelo aumento de passes preciosos que ele dá por jogo. Passes que fazem a bola deslizar pela grama como outra bola – menor e muito mais dura – passeia preguiçosa pelo feltro da mesa de sinuca. Não é o fato de nos lembrar de forma mais amiúde daqueles craques do passado que jogavam de fraque, cartola e chuteira preta que o deixaram às portas de uma nova chance na mais vitoriosa de todas seleções.
Ganso tem deixado de ser o genial preguiçoso. Não vive mais de passes geniais que, aliás, nunca deixaram de existir. Ele tem aumentado seu repertório. Não é mais o tipo que toca e fica plantado, como sequoia. O Ganso que Dunga está chamando é aquele novo, que passa e corre para receber. Que não espera o deslocamento dos outros. É o cara que se desloca também, que dá ritmo ao time, que joga vertical, como antes, mas também de fora horizontal. Faz a bola rodar. E faz gols. Em três meses, marcou seis, o dobro do que assinalou em 2015.
Quem não estará na Copa América é David Luiz. Não está nem entre os 40
David Luiz, o zagueiro feliz.
Acabou a graça. A careta que mostrava um bom rapaz se transformou naquele momento constrangedor
David Luiz é protagonista de um dos lances mais grotescos de um zagueiro em Copa do Mundo. A bola ia para fora e ele cabeceou de volta ao campo, para dentro da área, pedindo me chuta, me chuta para o holandês. Além disso, não guarda posição. Sai para caçar atacantes e volta tosquiado, principalmente quando topa com um certo Luis Suárez. Veste a camisa de super homem e vai para a ponta esquerda, para a meia, para a ponta, para todo lugar onde não deveria estar.
Tempo perdido, Dunga.
Poderia ter testado mais gente, ter dado oportunidade a muita gente. Se não desse certo, poderia, então, dar uma nova chance à dupla que fracassou feio na Copa do Mundo.
O problema é grave na zaga do Brasil. Dunga convocou Gil, Miranda e Marquinhos. Gil mostrou bom trabalho no Corinthians, mas joga na China. Nada de preconceito, mas realmente a China é um centro periférico do futebol mundial. Ele enfrenta atacantes que não estão no mesmo nível dos grandes jogadores do futebol mundial. O baque de se ver frente a frente com Suáres, Ibra, CR7 depois de humilhar Zhizao é muito grande. Um desnível enorme.
Miranda não vive seu melhor momento. Simenone, o mago da defesa, abriu mão dele para ficar com Josema Gimenez, o garoto
É, Dunga, você demorou para se virar.
Agora, não adianta ficar zangado.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.