Saiba porque Buffarini e Ortigoza não vieram. Picadinho do Menon
Menon
10/06/2016 11h07
O São Paulo, na busca de um rumo para o seu futebol – há muito tempo mal dirigido, passando pela rapinagem explícita comandado pelo poodle da Cinira – elegeu o "case" Gareca/Palmeiras como algo a ser evitado. Ricardo Alberto Gareca Nardi chegou ao Palmeiras em 21/5 de 2014. Começou a trabalhar em 16 de junho – por causa da Copa – e deixou o cargo em 11 de setembro, com aproveitamento de 33%. E o Palmeiras ficou com Allione, Cristaldo, Mouche e Tobio, compatriotas indicados por ele. Nenhum deles – por diferentes motivos – se firmou. E os sucessores de Gareca tiveram de lidar com a herança argentina.
Quando Bauza chegou ao São Paulo, ele pediu Buffarini e Ortigoza.
Foi travado, então, um diálogo entre ele e os diretores de futebol.
Por que você deseja tanto o Buffarini?
Ele é forte e tem uma força intensa para o ataque
É técnico?
Nem tanto, mas como faz muitos cruzamentos, alguns sempre saem bem.
Patón, você está descrevendo o Bruno. Vamos ficar com ele e economizar 1,5 milhão de dólares.
Por que você elogia tanto o Ortigoza?
É um jogador de bom poder de marcação e com qualidade técnica para se aproximar do enganche e armar o time, vindo de trás. E tem muita liderança.
Patón, à exceção da liderança, você está descrevendo o Hudson. Vamos tentar com ele.
Hoje, a diretoria comemora o fato de Bruno ser o líder de assistências e de Hudson, titular, haver desenvolvido até a liderança.
NOTA – VOU DAR MINHA OPINIÃO – Considero essa estratégia complicada. Buffarini é melhor que Bruno na defesa. E Ortigoza tem mais toque do que Hudson. E é excelente cobrador de pênaltis.
A diretoria disse a Bauza que é natural o fato de um treinador chegar a outro país e buscar compatriotas para se sentir respaldado. Se sentir "protegido". E garantiu ao argentino que ele seria protegido pela diretoria, independentemente dos jogadores. O respaldo seria total.
E confirmou com atos. Em fevereiro, o time havia estreado com derrota na Libertadores. Em casa, contra o fraco Strongest. E ia mal também no Paulista. Os resultados não vinham. Em 5/3, antes de viajar para enfrentar o River, em Buenos Aires, perdeu para o São Bernardo, em casa, por 3 a 1.
Foi identificado ali que a teoria do fato consumado estava se concretizando. Funciona assim: o time vai mal, a imprensa começa a falar em demissão, os jogadores acreditam que o treinador vá cais e começam a jogar ainda pior, já que a troca está por vir. É um moto continuo. Pode-se até acusar os jornalistas, mas pode-se também dizer que nós perguntamos sobre queda porque isso é o normal no futebol brasileiro.
Então, Gustavo deu uma entrevista coletiva respaldando Bauza e pedindo mais empenho dos jogadores. Que o São Paulo era muito grande e que todos sabiam que não seria fácil jogar ali. E que Bauza não seria demitido, mesmo com derrota contra o River, o que deixaria o clube à borda da eliminação.
Leia AQUI a entrevista.
A partir daí, o time melhorou.
Para que continue bem, é preciso reforçar para a semi da Libertadores. E para o Brasileiro. Bauza continua pedindo. E não há como negar que ele está certo. Como jogar a Libertadores sem Maicon? E como jogar o Brasileiro sem Calleri?
Não há proteção que seja suficiente.
1) TUDO POR DINHEIRO
2) PAIXÃO VALE A PENA?
Se Fred não houvesse construído uma carreira tão bonita no Cruzeiro, o Galo teria feito tudo o que fez para ficar com o centroavante. Não temos aqui uma vontade passional de criar constrangimento ao rival superando o planejamento?
3) TOMA QUE A BOLA É SUA
Impressionante como o Uruguai tem dificuldades em dominar o jogo, em ter a posse de bola, em fazer seu meio campo funcionar. Foi assim na vitória magra por 1 x 0, em casa, diante do Peru nas Eliminatórias. E foi assim na derrota para a Venezuela. A Venezuela jogou como o Uruguai gosta. Atrás e saindo em contra-ataques. E o Uruguai, sem meio campo, abusou da ligação direta, em busca de um pivô bem feito de Cavani. Ou de uma casquinha para a definição de Stuani, quem sabe? Repertório de uma nota só, que falha principalmente pela ausência do solista Suárez.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.