Tite é o homem certo no lugar certo na hora certa. Picadinho do Menon
Menon
16/06/2016 10h00
É muito bom para ele, que assume o cargo mais cobiçado pelos treinadores do Brasil. E assume por merecimento, pelo seu trabalho constante desde 2012, com o sabático de 2013 incluído.
É muito bom para o futebol brasileiro que passa a ter um treinador total em vez de um outro, ocasional. O currículo de ambos é incomparável, apesar dos títulos internacionais de Dunga. Com Tite, o "vamos, vamos" continua, mas apenas como incentivador de atletas e não como um apelo desesperado de quem não tem opções táticas a propor.
É muito bom para a camarilha que comanda a CBF. Ao escolherem o técnico que é quase unanimidade nacional, ficam longe das críticas. Se tudo der errado, pode-se dizer: "não temos culpa, nossa escolha era acima de qualquer suspeita". Foi o que fizeram ao demitirem Mano. Colocaram Parreira, o homem do tetra, e Felipão, o homem do penta, juntos. Mas eram treinadores ultrapassados. Tite, não.
Eu prefiro Cuca a Tite. Não estou dizendo que é melhor ou pior. É cultor de um tipo de futebol que a mí me gusta mucho. Mais rápido, mais agressivo, sempre em busca da vitória. Aquele Galo de 2013 era ótimo. Poucos teriam coragem de colocar Ronaldinho armando, Tardelli na direita, Jô no ataque e Bernard na esquerda. Muito ofensivo, diriam muitos. Tite, inclusive.
Mas o momento é de Tite. O Brasil está mal das pernas e de tabela também. É apenas o sexto colocado. É hora de ser mais cauteloso, montar o time desde a defesa, ser compacto, harmônico, hora de e-qui-lí-brio. Hora de Tite.
E, quem quiser conhecer bem o novo treinador da seleção brasileira, leia o livro da amiga Camila Mattoso. Ali, é possível ver um perfil muito bom de Tite, saber de suas decisões, superstições e muito de seu lado familiar. Apenas um defeito: não conta qual é a receita da sopa de frango com molho de dona Ivone, a mãe de Tite. (ATENÇÃO, É IRONIA, É BRINCADEIRA).
A lamentar a maneira como o Corinthians foi tratado nessa questão. A saída de Tite foi anunciada pelo presidente Roberto Andrade. Ele denunciou o modus operandi da CBF. Tratou diretamente com o treinador, sem um único aviso ao Corinthians. Portou-se como um concorrente e mostrou sua verdadeira face. Uma entidade oportunista, que vive de sugar os clubes. Pede tudo e não dá nada.
Tomara que a revolta não passe e que Roberto Andrade passe a enfrentar os desmandos da entidade que tem a coragem de nos presentear Walter Feldman à noite falando de ética. Assustador.
1) PALMEIRAS SOFRE COM A LEI DO EX ELEVADA AO CUBO – Quem é que não sofreu gol de ex-jogador? O Palmeiras perdeu dois pontos com gol de um ex que ainda não é ex. Leandro, emprestado ao Coritiba, empatou o jogo aos 48 minutos do segundo tempo. Um belo gol do jogador que prometeu ser e não foi. De bom, a liderança provisória. E mais um gol de Cristaldo, o pequenino argentino que está sempre presente em momentos importantes. Tem lugar no coração da torcida.
3) GUARDA A BOLA, SASSÁ – O garoto Sassá fez os três gols da vitória do Botafogo contra o Coelho. E, feliz da vida com sua tripleta, levou a bola para casa. Fez muito bem. Não é fácil fazer três gols em um jogo. Ele fez e ajudou o time a ter um pouco de fôlego na briga contra o rebaixamento. Comemora, Sassá.
4) VALE A PENA? Etiene Medeiros, uma das melhores nadadoras do Brasil foi pega no antidoping e pode ficar fora da Olimpíada. Não quero julgar a atleta, mas fico com a impressão que o Brasil está trilhando um caminho perigoso na luta por medalhas olímpicas.
5) SINALIZADOR – Há muitas maneiras de se reagir diante de uma adversidade. Cuca se especializou em reclamar de arbitragem. Contra o Coxa, foi além. Culpou a torcida do Palmeiras. É fácil falar de sinalizador, depois de trocar um atacante de lado de campo, arma letal de contra-ataques por um zagueiro. Trouxe o Coritiba para seu campo. Foi um erro dele. Não do sinalizador.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.