Patón Bauza diz: gracias, amigo Allan Patrick. Palmeiras,10. Osorio, zero
Menon
19/06/2016 19h10
Mas, como chegamos aqui? Supremacia do Flamengo desde o início do jogo, a partir da vantagem de Cirino sobre Mateus Reis. O mano a mano sempre favorece ao atacante. E cabia a Michel Bastos dar uma mão por ali. Uma mão que o contestado Centurión nunca nega. Nem por isso deve ser titular, deixemos claro.
E houve o lançamento perfeito para a conclusão perfeita de Calleri. Não vi falta dele em Marcio Araújo. O erro foi deixar apenas um jogador na marcação. O mano a mano prevaleceu. O Flamengo voltou a atacar e empatou, com uma jogada pelo lado esquerdo do campo. Iniciada com um erro de João Schmidt, que não fez boa partida. Denis rebateu para o meio da área, um erro conceitual, e Rodrigo Caio fez contra.
No segundo tempo, Calleri desempatou com bela cabeçada. O São Paulo poderia ter o jogo nas mãos, se tivesse tempo de apostar no contra-ataque. Mas veio o empate, com bela cabeçada de Arão, bom jogador, e a expulsão de Calleri.
E, voltando ao início, tudo virou um grande ataque contra defesa. O São Paulo não tinha contra-ataque. Mal passava do meio campo. E Bauza foi tentando corrigir.
1) Colocou Caramelo em lugar de Kelvin. Fechou a defesa que sofria com Jorge e apostou na saída de jogo de Bruno. Não deu certo e o sufoco continuou.
2) Trocou Ganso por Ytalo – Não entendi. Eu manteria Ganso, o arco, e colocaria Luiz Araújo, uma veloz flecha para segurar ter o contra-ataque e segurar a bola na frente.
3) Colocou Kardec em lugar de Michel Bastos e, enfim, houve tempo para se respirar. Dos 42 aos 44 minutos, a bola ficou no ataque do São Paulo.
Mas, no último minuto, Maicon exagerou na saúde e acertou Sheik. O roteiro da justiça estava escrito. Afinal, o Flamengo teve 14 escanteios contra quatro, teve 28 finalizações (nove corretas) contra sete (três corretas) e 54% a 465 de posse de bola;
Mas o que são números diante de um pênalti que vai para fora do gol. De que adianta posse de bola, se no momento em que você tem a bola todinha para você, a trata com desprezo e erra o retângulo de 7,32m por 2,44m? Dizem que ali cabem 524 bolas. E llan Patrick chutou a sua para fora. Perdeu dois pontos.
10 – PALMEIRAS – Antes do campeonato, em pesquisa do UOL, apontei o Palmeiras como favorito ao título. Usei um pensamento cartesiano: tem um bom elenco e um bom técnico. Se não estiver dando certo, tem dinheiro para contratar e mudar tudo. Agora, na oitava rodada, assume a liderança. Ainda é cedo, muita coisa pode mudar, inclusive a camisa do Gabriel Jesus. Mas que o time está jogando melhor que os outros, está. O quarteto Dudu, Gabriel, Cleiton e Roger – que descoberta – é muito rápido e muito técnico.
9 – TITE NA SELEÇÃO – Nelson Rodrigues, o gênio, que me perdoe, mas essa unanimidade não tem nada de burra. Tite é um profissional sério, trabalhador e muito antenado. Um estudioso. Não o considero brilhante, prefiro treinadores como Cuca, mas realmente é o homem certo para o momento atual da seleção. É preciso recuperar a confiança e o orgulho. Com ele, a seleção deve voltar a atuar nos grandes centros e a ter uma defesa segura.
8 – CHAPECOENSE e FIGUEIRENSE – Todo ano a Chape aparece na lista dos prováveis rebaixados, mas parece que não será desta vez. Com orçamento reduzido, mas muito bem administrada e treinada, a Chapecoense está em sétimo lugar, com os mesmos 14 pontos de São Paulo e Flamengo. Bruno Rangel, seu atacante, lidera a artilharia juntamente com Grafite, do Santa Cruz que começou como um rojão e começa a cair. O Figueirense ganha a nota por derrotar o líder Inter e se afastar do Z-4
7) – Corinthians – Sem Tite, o time voltou a vencer após duas derrotas seguidas. Conseguiu 60% dos pontos nos últimos cinco jogos e será entregue a Cristóvão Borges com 16 pontos, entre os quatro primeiros. Ou seja, está no páreo. É um bom ponto de partida para se ver o que virá. Cristóvão conseguirá dar consistência defensiva ao time? Este não é o seu ponto forte. Ou a falta de Tite cobrará seu preço. O time não começa de zero. Começa de sete.
6) São Paulo – A meta de Bauza é chegar no dia 13 de julho com uma pontuação que deixe o clube próximo dos líderes. Caso caia fora da Libertadores, terá algo muito importante a que se apegar, o Brasileiro. E, com muitos desfalques, está conseguindo. Acabou com o tabu de não vencer fora e vai receber Cueva, reforço peruano. Para que tudo melhore ainda mais, é preciso voltar a ter bom rendimento no Morumbi.
5) Atlético – MG – A vitória por 3 a 0 sobre a Ponte até merece mais, mas o cinco vai como sinal de alerta. O time saiu da zona de rebaixamento, mas ainda há muito a se fazer para que um campeonato digno seja realizado. E Marcelo Oliveira, nos últimos tempo, não tem dado confiança a ninguém.
4) Fluminense – Tem 13 pontos, apenas um a menos que São Paulo e Flamengo, mas nos últimos cinco jogos venceu apenas um. Empatou três e perdeu outro. São números preocupantes para quem perdeu Fred, sua referência, São números que indicam pouca força para chegar ao título.
3) Allan Patrick – O pênalti perdido tirou dois pontos certos da aritmética rubro-negra. Jogou bem, mostrou habilidade, mas não se pode perder um pênalti no último minuto do jogo.
2) Cristiano Ronaldo – Se Allan Patrick não pode perder, imagina Cristiano Ronaldo. Em condições semelhantes, também no final do jogo e com Portugal no sufoco.
1) Violência na Eurocopa – Sinalizadores atirados dentro do campo, visando os jogadores. Torcedores brigando nas ruas. Jornalista agredida e câmera "ofendido" por ser negro. É o lado triste da esperada competição.
Zero – Osorio é um treinador que me agrada muito. Tem visão progressista, não se limita a chavões do futebol, gosta de marcar o campo do adversário, privilegia a posse de bola. E perdeu por 7 do Chile. Imperdoável. Errou muito. Estranho ver tanta alegria por seu fracasso. Parece que todos que tentam sair da mediocridade são odiados.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.