Prass, do Palmeiras, na Principal. Aline, de Aguaí, na Olímpica
Menon
13/07/2016 00h17
Treinador quando quer disfarçar, consegue. Tite, quando quer disfarçar, vira uma esfinge. E com aquela voz de pastor despista ainda mais o que o repórter deseja saber. Não se tem certeza de tudo, mas fica uma impressão que pode se confirmar ou não.
No caso, foi uma impressão forte. Me parece que Fernando Prass terá um lugar na próxima convocação da seleção principal. Tite não negou seu nome, falou em momento repetidas vezes – é um conceito que não me agrada, mas isso é assunto para outra hora – e disse que o que interessa é o alto rendimento e não a idade.
Não acho que Prass será testado na Olimpíada. Está acima disso. A Olimpíada pode mais lhe tirar pontos do que dar. Caso ocorra um desastre, caso não mostre liderança, caso sucumba emocionalmente…. Mas, como o considero um sujeito equilibrado e um grande goleiro, acredito que passará bem pela seleção menor e chegará à principal.
E Aguaí estará na Olimpíada. Vadão confirmou a convocação de Aline Reis, filha da Nara e do Rubinho, lá da terrinha. Há dois anos, eu e ela fomos homenageados como representantes do esporte aguaiano. Uma verdade em relação a ela, uma generosidade quando se fala de mim. Conversamos um pouco. É uma pessoa muito simpática e de personalidade.
Seria espetacular a minha cidade ter uma campeã olímpica. Aline estaria acima de grandes craques aguaianos, meus amigos de infância e outros mais novos: Ratão, Toró, Leonardo, Dirceu, Adilson, Vallin, Nisio, Reduzida, Geo, Lucas, Carlos da Carolina, Chinês, Valdirzinho, Carlos Gandolfi, Cesinha, Gian, Adauto, Dilino, Povinha, Zé Flecha, Tonho Procópio, Zé Monteagudo, meu velho camarada que se foi há pouco, e muitos outros.
Tamo no mapa da bola!
PAULO ROBERTO FALCÃO, nome de craque e craque de verdade. Rei de Roma. Como técnico, não manteve o nível. Mas corre atrás do sonho. Eu não consigo torcer contra Falcão. Tomara que tenha muito sucesso.
WILTON PEREIRA SAMPAIO, árbitro do clássico, foi exemplar em um lance. No final do jogo, Gabigol deu um toquezinho na bola para atrapalhar a cobrança de uma falta. Dudu reagiu à "ofensa" e chutou a bola em Gabigol. Um monte de marmanjo se estranhou. Ninguém agrediu ninguém. Wilton olhou e não fez nada. Muito bem. Os times terminaram com onze. Os valentões se acalmaram. No próximo jogo, desfalques a menos para os dois times. O futebol ganha. Juiz tem de manter a disciplina, punir cotovelada, punir falta dura, deslealdade. Mas no fim de um jogo com rivalidade grande, um xingamento aqui e outro ali de uns galinhos de briga deve mesmo ser relevada. Meu pai era professor primário. Bravo para caramba. Imagine se uma discussão dessas no fim do futebol que ele permitia que jogássemos todo sábado de manhã fosse punida. Todo mundo na diretoria? Nada disso, futebol precisa ser simplificado, ficar mais alegre e juiz tem de passar despercebido em campo.
DASSLER MARQUES, TREPIDANTE repórter UOL, fez uma análise realista e cruel do futebol brasileiro: "Calleri fica seis meses e se vai. É substituído por Gilberto, por um tempão". É isso. O que é bom, dura pouco ou quase nada. Vai para a Europa. O que é muito pior, volta. Vivemos de restos: garotos que ainda não nos deixaram, como os Gabriéis, gente que não agradou e volta, gente que já deu o que tinha que dar e volta (Robinho) e sulamericanos que não conseguiram uma boquinha na Europa, ou na China ou na Ásia.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.