Diego foi um golaço do Flamengo
Menon
21/07/2016 07h46
Está feliz por ver seu time mais forte e por ver seu clube agindo de acordo com sua grandeza. É muito importante um gigante como o Flamengo mostrar ousadia e não se limitar a soluções caseiras e baratas, que, muitas vezes, pouco solucionam.
Estamos tão acostumados com a mediocridade que nos é imposta que nos assustamos quando ela é rompida. E a palavra loucura é a primeira a chegar. Loucura, só se fora da torcida. A contratação da Diego teve muito de planejamento. Ele colaborou, conseguiu a rescisão de seu contrato – o que não é uma atitude bacana – e tornou tudo mais fácil. O Flamengo está gastando para pagar seus salários. Nada foi gasto para conseguir o vínculo.
A chegada de Diego é importante para o futebol brasileiro, apesar de não romper o círculo vicioso que vivemos. Nós somos o país que vendemos o irreverente garoto Diego aos 19 anos e contratamos o circunspecto senhor Diego Ribas aos 31. Também buscamos na América do Sul os craques que a Europa não quis.
A diferença é que Diego tem pinta de referencia e não de coadjuvante. Não importa que não o tenha sido nos últimos tempos, mas deu toda a pinta de que se tornou um jogador responsável e com os pés no chão. Ficou emocionado pela idolatria mas não embarcou nela. Não falou em salvação, tampouco em seleção.
Falou em Flamengo e assumiu a missão de conduzir o clube a um porto glorioso. Mais brilhante do que seguro.
A segunda diferença foi justamente a idolatria. A torcida do Flamengo o tratou como um gigante do futebol. Difícil acreditar que todos aqueles rubro-negros soubessem onde estava Diego, difícil acreditar que tenham acompanhado a carreira dele na Europa ou mesmo no Santos. Na verdade, estavam comemorando a carência de um ídolo. E a possibilidade concreta de tê-lo agora.
Diego acendeu o rastilho de pólvora da insanidade. Que maravilha. O futebol vive disso. O futebol de um clube popular necessita respirar essa paixão que andava tão distante.
Dizem que contratação certa é a que deu certo.
Diego já deu certo. Afinal, a função do ídolo não é deixar seu povo feliz? Insanamente feliz?
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.