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Diário Olímpico (1) Três visões sobre a Rio-16

Menon

29/07/2016 06h32

Amigos, a partir de hoje, me integro à equipe do UOL que cobrirá a Rio-16. É a segunda vez que cubro uma Olimpíada. A primeira foi em Londres, graças à confiança e ousadia de Caio Maia, que publicava a Revista ESPN.

Um dos pontos do meu trabalho será o Diário Olímpico, contando minhas impressões sobre os jogos, o que se vê por trás da notícia, as alegrias e dificuldades em se cumprir uma pauta. E minha opinião sobre o que está acontecendo, desde a satisfação de tomar um suco de maracujá em Copacabana até o orgulho de ver um brasileiro campeão olímpico.

A poucos dias da abertura, vejo três visões críticas sobre os Jogos.

1) Brasileiros preocupados com estouro de orçamentos, com desvio de dinheiro, com atrasos nas obras, mas torcendo que tudo se resolva. Não fecham os olhos aos problemas, mas não esquecem que estão dentro da segunda maior competição esportiva do planeta. Dentro de seu país. A mesma visão crítica que tem aqui, tiveram em relação a outras Olimpíadas também. Um pouco mais ácido, afinal agora é aqui em casa.

2) Brasileiros de esquerda, preocupados que o sucesso da Olimpíada possa ajudar o político Eduardo Paes em sua carreira política. Não acredito que isso possa acontecer. Eduardo Paes é uma figura menor. Chegou ao sucesso traindo Cesar Maia, traindo Lula e traindo Dilma. Os traídos também tem culpa, principalmente Lula e Dilma. A aproximação com gente assim só atrapalha o caminho da esquerda. Ajuda a criar o conceito da geléia geral, a percepção de que todos são iguais. Mas, enfim, Eduardo Paes é um inseto na política brasileira. Não tem futuro, principalmente após apoiar Pedro Paulo, o espancador de mulheres. Não há Olimpíada que salve. É o meu desejo.

3) Brasileiros que torcem desesperadamente para tudo dar errado. E que acham que tudo está errado, mesmo que não esteja. São os mesmos que quebraram a cara em 2014. Diziam que a Copa seria um fiasco, que não haveria wi-fi, que haveria um caos no transporte, que o Metrô não funcionaria, que todos os estrangeiros voltariam a seus países antes da primeira fase. E o que se viu, entre os visitantes, foi a ideia que estavam na Copa das Copas.

Os revoltados, então, começaram a criticar o time pela derrota vergonhosa e os gastos excessivos, realmente errados. Só que os mesmos brasileiros não se indignam com erros dos governos tucanos paulistas.

Mas não basta torcer para dar errado. Se der errado, não dirão que deu errado. Que houve mau gerenciamento. Dirão o que seus papais e mamães lhe ensinaram desde o berço dourado: esse país não presta, não é digno de mim, aqui nada pode dar certo. O problema deles é com o Brasil. Um erro que perdoariam em outros países, aqui é prova cabal do desperdício que é a existência deles nesse país que consideram de merda.

São pessoas que foram à Orlando e Miami antes de lerem um livro. Mesmo que tenham ido a primeira vez com 30 anos. É uma classe média com dinheiro e sem cultura.

Pela primeira vez a Olimpíada se realiza na América do Sul. No Brasil. Um motivo de orgulho, não para eles. Para eles, é derrota pura. Sofrerão a cada bronze, chorarão a cada prata, marcarão consulta no analista a cada ouro conquistado. Terão orgasmos cívicos cada vez que um atleta – seja de Fiji ou da Noruega – reclamar que não tem água quente.

O Brasil precisa ser derrotado a todo custo. E o exército dos coxinhas está pronto para cumprir seu papel. O Brasil, para eles, nem deveria existir. Deveria ser anexado aos EUA e se transformar em um enorme Porto Rico.

Eu apontarei o que achar de errado, com dor no coração. Sou apaixonado pelo Brasil, me desculpem os amigos do Pateta.

 

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


Menon