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Não exija ouro de quem recebe migalhas. Amarelona é a torcida

Menon

16/08/2016 21h06

Vou roubar uma frase espetacular da minha colega Ana Carolina Silva. "Não exija ouro de quem só recebe migalhas", ela disse no twitter, referindo-se à eliminação do futebol feminino.

Simples e definitivo. As jogadoras brasileiras não tem um campeonato para chamar de seu, não tem um time para defender, não tem uma rivalidade para cultuar. Não tem nada.

Espalham-se pelo mundo em busca de dinheiro. Em busca de dignidade. Reunem-se (nunca recusam uma chamada) para as grandes competições. Fazem o máximo sempre. O máximo não permitiu um ouro.

Não há o que criticar nelas. São mulheres que amam e defendem a sua modalidade esportiva. Elas querem apenas o que os homens conseguiram há mais de 80 anos: a possibilidade de vender sua força de trabalho em seu país.

Após a derrota, Cristiane, a maior artilheira da história das Olimpíadas, me disse: "todo mundo aqui gostaria de voltar ao Brasil. Todo mundo tem saudades. Eu quero voltar, mas não sou mais uma garota de 15 anos que jogava e recebia zero vírgula zero e ainda ficava feliz".

A derrota leva à acusação. "Como essas mulheres não conseguem o ouro se eu torço tanto por elas", é uma frase que não foi dita por ninguém, mas reflete o pensamento de muita gente.

Perdeu? É amarelão. Mas amarelão mesmo é a torcida brasileira. Cinco mil argentinos no basquete fazem mais barulho e incentivam muito mais que 70 mil no Maracanã.

Brasileiro nem tem um grito de guerra para a seleção. Adotou agora o tal "eu acredito", que o Galo tirou do Obama. Para mim, esse é um grito do mais fraco, dizendo ao mundo que acredita em um milagre. Não é um grito de amor.

Fabiana Murer está sendo chamada de amarelão. Não sei se ela tem problemas psicológicos, se lhe falta força mental, confiança… O que eu acho errado é colocar no mesmo balaio as três eliminações olímpicas seguidas.

Quer duvidar da hérnia de disco? Tudo bem

Quer duvidar do vento forte em Londres? Tudo bem

Mas em Pequim o que houve foi uma palhaçada, um erro incrível da organização. Eles simplesmente perderam o conjunto de varas utilizado por Fabiana. As varas não são iguais, tem suas características, uma é mais dura, uma é apropriada para altura x, outra para a altura y. E os chineses tiraram isso dela.

Imagine se fosse no Brasil!!! Diriam os de fora e diríamos muitos de nós que aqui não pode ter Olimpíada, que lugar de terceiro mundo….blablablazzzzzzzzzzz

 

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


Menon