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Corinthians enfrenta péssimo agosto. O Brasil também

Menon

28/08/2016 09h20

Pelado Lopes, meu olímpico amigo, corintiano até a alma que ele acredita não existir, me ligou desolado.

O Corinthians perdeu para a Ponte. Como havia perdido para o Furacão e para o Grêmio. Além disso, empatou com o Cruzeiro, em casa, e venceu o Vitória. Quatro pontos em 15 disputados, aproveitamento de 26,7%. Fecha assim, de modo terrível, um mês de agosto que costuma ser historicamente aziago apenas para os destinos do Brasil e não do gigante popular paulista.

Assim como na política, o malefício não se mantém em agosto. Ele se espalha por décadas, como foi a assinatura do AI-5, a morte de Getúlio e como será a deposição golpista da presidenta eleita. No caso do Corinthians não será por tanto tempo, é lógico, mas não vejo possibilidades e indícios concretos de reação.

E por que haveria? O clube perdeu muitos jogadores. E a reposição não foi boa. Basta lembrar de André, que veio para substituir Love e já se foi. Eu confiava em André, mea culpa. Bruno Henrique assumiu o lugar de Ralf e já se foi também. Felipe, Malcon, Jadson, Renato Augusto….

É muito difícil manter o nível competitivo. O Corinthians manteve durante o Paulista, acredito agora, apenas pelo efeito Tite. O treinador conhece tudo do clube, conhece os jogadores e é muito competente. Mudou o esquema, fez algumas adaptações e o carro foi andando. Poderia até vencer o Paulista. Mas Tite também erra. Errou na Libertadores por ter uma postura muito defensiva em Montevidéu, contra o Nacional, e pagou o preço na volta.

A verdade é que, mesmo com Tite, o time começava a falhar. O efeito "manutenção" estava terminando. E tudo ficou pior quando o treinador saiu para assumir a seleção.

Então, o elenco depauperado se encontra com um novo treinador que tenta implantar seus novos métodos. Não dá certo. É o normal. Preocupante, além dos resultados, é perceber que o time está perdendo algumas características dominantes. Vamos pensar no primeiro gol da Ponte. A jogada já havia acontecido minutos antes, de forma semelhante, e Cássio havia salvado nos pés de Roger. Qual o início da jogada. Um lançamento feito com a maior tranquilidade, sem nenhum incômodo. O jogador que lançava não era pressionado. Marcação frouxa. Algo inadmissível há tempos.

É lógico que a expulsão de Balbuena atrapalhou muito. Mas foi correta. E não se pode mascarar os problemas. O Corinthians está mal. Evidentemente vai reagir, não vai continuar perdendo tanto assim, o aproveitamento de 26,7% vai aumentar, mas será difícil a luta para ficar entre os quatro primeiros.

 

 

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


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