Uruguai, aldeia gaulesa, continua invicto no Centenário
Menon
06/10/2016 22h07
Ali, ninguém entra. Ou melhor, entra e não sai com vida. Os uruguaios saem da batalha sem desmanchar o penteado.
Foram cinco jogos em casa e cinco vitórias. O Uruguai marcou 14 gols e sofreu…zero. Colômbia e Chile, caíram por 3 a 0. O Paraguai levou quatro. E o Peru, o mais resistente, perdeu por 1 a 0, apenas. A última vítima foi a Venezuela, derrotada agora há pouco por 3 a s gols de Cavani e um de Lodeiro. Suarez, pelo lado do campo, deu dois passes decisivos para gol. Foi um brilhante coadjuvante, como na rodada anterior, contra o Paraguai.
O aproveitamento de 100% em casa, levou o Uruguai a 19 pontos ao final do primeiro turno. Apenas para comparar, nas Eliminatórias de 2010, 2006 e 2002, o Uruguai ficou em quinto lugar, com 24, 25 e 27 pontos respectivamente. Ou seja, se tudo correr nos conformes, faltam no máximo dez pontos para o Uruguai se classificar, desta vez sem repescagem.
Em números, é a melhor campanha dos nossos gauleses desde que Oscar Tabarez, há dez anos, assumiu a seleção uruguaia, que é um símbolo pátrio, muito mais que um time de futebol.
Impressiona também o comprometimento dos jogadores. Desde o Mundial de 2010, quando terminaram em quarto lugar, eles fundaram a Fundação Celeste, que leva o desenvolvimento esportivo ao interior do Uruguai. Escolas da zona rural recebem implementos esportivos. O capital inicial da Fundação Celeste foi feito com o prêmio que os jogadores receberiam pelo Mundial-10. Todos abriram mão do que receberiam.
Agora, os jogadores intervieram em uma negociação da Associação Uruguaia de Futebol para renovação do contrato de patrocínio. A Puma havia oferecido 2,5 milhões de dólares por ano. A Associação iria aceitar, mas os jogadores levaram a oferta da Nike, de 4,5 milhões por ano. Houve uma dura negociação até que a Puma aumentou sua oferta, equiparando-a com a da Nike. Lugano, mesmo afastado da seleção, participou das negociações.
São exemplos de solidariedade em um mundo todo mercantilizado. Não há comparação com o egoísmo e falta de atitude dos brasileiros.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.