Palmeiras campeão. Ministério Público é o coveiro do futebol
Menon
23/10/2016 18h23
Bem, eu vi o jogo do Palmeiras. Precisava vencer e venceu. Mas não jogou bem. Novamente sem transição e agora, sem força defensiva dos volantes, o que Cuca tentou melhorar com a entrada de Thiago Santos.
O Palmeiras é melhor e venceu, com um contra-ataque de antologia no primeiro gol. O Sport perdeu, mas foi digno.
Quem venceu sem dignidade alguma foi o Ministério Público, o verdadeiro coveiro do futebol brasileiro. E olha que compete com árbitros e cartolas.
Toda a festa que a torcida palmeirense faz antes do jogo, em frente ao seu estádio foi proibida. O MP fechou a rua Palestra Itália e só podiam se aproximar do estádio os torcedores com ingressos na mão. A festa é restrita a quem tem dinheiro.
A justificativa é, perdoem o termo, imbecil. Alegou-se que ali em frente há muito comercio ilegal, com venda de bebidas´. E, como não há competência para evitar, adota-se uma medida que afeta quem? Sim, o comércio legal. Os donos de restaurante, que pagam impostos não podem vender. A tendência é mais desemprego. Por que eu vou abrir meu estabelecimento se não posso vender.
Mas não é isso. Todos sabemos. Em junho, participei de uma audiência pública na Assembleia Legislativa, em que se discutiu a ideia da torcida única. Paulo Castilho, o promotor, disse que pensava em fechar a rua Palestra Itália. Alegou que havia muita baderna e que os moradores do bairro reclamavam. Ora, o Palmeiras está no bairro há mais de 100 anos. Muito antes dos que reclamam agora.
Como já disse um dia: e se os sem tetos da região reclamassem de barulho, o MP faria alguma coisa? Não, né.
A ideia é elitizar, é higienizar o futebol. Impedir a festa. Tem abuso: Tem. Então, a PM que coíba os abusos, sem porrada e sem bala de borracha.
Estão matando mosquito com tiro de canhão. Estão matando a febre com estricnina.
Estão matando o futebol. Coveiros malditos.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.