Corinthians enfrenta Maradona e Periquitão
Menon
07/02/2017 05h01
O jogo é único e um empate classifica o Timão. O rival é verde e branco. Tem um periquito como mascote. E Maradona como armador. Não o Diego Armando, é lógico. Ewerton Leandro Diniz, o Ewerton Maradona, de 34 anos, o jogador mais conhecido da Caldense. "Ganhei o apelido quanto tinha nove anos. Era pequenino, cabeludo e habilidoso e o apelido veio. Tentei lutar contra, mas não consegui de jeito nenhum", conta Ewerton.
E como é Maradona? "Eu sou um meia destro, mais ponta de lança do que armador. Gosto de me aproximar dos atacantes, mas também posso jogar um pouco recuado, como meia armador. Sou habilidoso e cobro faltas".
No jogo contra o Corinthians, os atacantes serão Cristiano e Luiz Eduardo, ídolo que está de volta. Em 2015, ele jogou com a camisa 90, homenageando os 90 anos da fundação do clube. Agora, usará a camisa 92.
Uma risada contida, quase envergonhada acompanha a resposta de Ewerton, quando eu pergunto se o futebol é também parecido. "Olha, se eu jogasse 5% do que o homem jogou, eu estaria rico e conhecido. Mas dá para jogar com dignidade".
Diego é o ídolo de Ewerton, ambos Maradona. "Como ele jogava bola, não? O domínio, os passes, o jeito de bater na bola e de cobrar faltas". Há algum momento em que, mesmo minimamente os dois se parecem? "Caneta, né? Dá para acertar uma de vez em quando, como ele fazia. O resto, é bem mais difícil". Outros ídolos mostram o gosto refinado do Maradona da Caldense. "Zico, Ronaldinho Gaúcho e Messi. Só meia. Gosto também do Ronaldo Fenômeno".
Do Corinthians, Maradona gosta de Rodriguinho. "Ele cresceu muito no último ano. Joga muito bem. O Jô está de volta e vai dar muito trabalho para a Caldense".
Há chance de uma zebra? Ewerton responde com sinceridade. "Vai ser o jogo de um time grande contra um time pequeno. E o time grande tem o empate como vantagem. Então, nós temos de jogar com muita seriedade e fazendo uma marcação forte. Se a gente errar, eles vão marcar e aí, fica difícil. Se fizermos tudo certo, é possível que a gente faça um gol e complique o jogo para eles. Mas sei que é difícil", diz o Maradona que tem os pés o chão.
E o Periquitão terá um bom público para reger. O estádio dr. Ronaldo Junqueira tem capacidade para 7500 lugares e 6800 já foram vendidos. A Caldense espera uma renda de R$ 400 mil. Em caso de derrota, ficará com 40% (R$ 160 mil). É praticamente 1/3 do orçamento anual, de R$ 500 mil. A Caldense tem 100 sócios-torcedores, no programa Arriba. Para o jogo contra o Corinthians, foram vendidos dois patrocínios pontuais.
A Caldense do Maradona, do Arriba, do Luiz Eduardo e do Periquitão vai ganhar, mesmo se perder.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.