Ódio de Felipe Melo e Eduardo Baptista pode prejudicar o Palmeiras
UOL Esporte
09/03/2017 14h10
Felipe Melo e seu discurso bélico no Palmeiras (Miguel Schincariol – 27.jan.2017 – Estadão Conteúdo)
A entrevista de Felipe Melo após o empate em Tucumán é surreal, baseada em desonestidade intelectual e preocupante para o Palmeiras, principalmente porque foi corroborada pelo treinador Eduardo Baptista.
Na eliminação do Brasil em 2010, Felipe Melo teve um lance de Gerson de Oliveira Nunes e outro de Jean Claude Van Damme, que lhe valeu a expulsão que marcou, de forma injusta, sua carreira. Mas ele prefere o personagem machão.
O que disse o volante? "Ninguém vai ganhar de nós na força? Ora, me respondam duas perguntas
1) É mais fácil jogar com onze ou com dez?
2) A expulsão de Vitor Hugo foi justa ou não?
Eu respondo. Com onze. E a expulsão foi justa. Podemos concluir então que o Palmeiras poderia vencer com facilidade o jogo se estivesse completo.
Enfim, o Palmeiras perdeu dois pontos POR CAUSA do estilo belicista pregado por Melo. Não ganhou um ponto por causa dele. Perdeu dois.
Felipe e Baptista parecem perdidos nos anos 60, quando a Libertadores não era transmitida pela televisão e quando o doping não era controlado. Tempos de Pachame e Billardo no Estudiantes de la Plata e do uruguaio Pavoni no Independiente.
Os tempos mudaram. O Palmeiras não entendeu isso em 2001 e viu o zagueiro Alexandre ser expulso logo no início de uma semifinal contra o Boca. O Corinthians não entendeu isso e viu o lateral Roger ser expulso contra o River ao atender os gritos de pega, pega do treinador Geninho.
Pensemos nos últimos anos de Libertadores. Qual campeão não era bom de bola? Qual ganhou na porrada? O São Paulo de Telê e o Corinthians de Tite ganharam até o troféu Fair play.
Logicamente, todo mundo sabe que futebol é jogo de contato. Que as vezes é preciso bater. Que é necessário trocar uma expulsão por um gol. Mas, apostar na violência como fio condutor acima da ideia futebolística é uma bobagem. Principalmente quando o seu time é mais técnico. Quando você tem, como é o caso do Palmeiras, o melhor elenco da América do Sul.
Aí, você pega e joga com dez. E comemora empate com o Tucumán? É o caminho errado, Palmeiras.
PS: Leitores de blog esportivo são pessoas que adoram futebol. E entendem de futebol. Por isso, podem argumentar muito bem. Não precisam cair na vala comum do comentário que começa assim: Ah, se fosse o fulano, o beltrano, ah se fosse o time tal, ah essa imprensa que me perseguem". Vocês podem mais, muito mais.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.