Coveiros do futebol atacam novamente
Menon
12/06/2017 18h28
Torcedores corintianos não puderam mostrar cartazes falando sobre CPF na nota, freguês?, em Itaquera. A PM decidiu que é ofensivo à outra torcida e que poderia exaltar os ânimos. Detalhe: não existe outra torcida em clássicos paulistanos. Decisão do MP midiático.
No Rio, o árbitro deu cartão amarelo para Henrique, do Coritiba, por fazer o gesto de "chororô" para a torcida do Botafogo. Estava seguindo ordens do Coronel Marinho, que sonha transformar jogos de futebol em exercícios militares.
O Coronel Marinho é mais rigoroso com jogadores que comemoram gols (que crime) do que com árbitros que expulsam jogador errado, com bandeirinha que erra impedimento por três metros e com juiz que dá o pênalti e manda voltar. Aliás, o que o Luiz Roberto quis dizer com a frase "ih, vão consultar a gente de novo"? quando o árbitro começou o colóquio que determinou a anulação do pênalti?
A PM manda na arbitragem. A PM manda nos estádios. O MP proíbem até torcedores de receberem seu time. Proíbe o direito de ir e vir. Proíbe comerciantes de trabalhar em dias de jogo.
Querem transformar o futebol, um espetáculo em que a paixão popular predomina em uma ópera. Não uma ópera profana, como nosso Carnaval, mas em algo insosso, com homens de fraque e cartola e mulheres com leque.
E quem não concordar, que argumente com o cassetete ditatorial de Pindorama nada democrática
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.