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A escolha de Neymar é muito mais agradável que a de Sofia

Menon

20/07/2017 15h25

Meryl Streep ganhou o Oscar de melhor atriz de 1982 com o filme A escolha de Sofia. Fazia o papel de Sophie Zawistowska, uma sobrevivente dos campos de concentração e que carrega uma enorme culpa. Ela foi obrigada, por um soldado alemão, a optar pela morte de um dos filhos. No início, recusa-se. Ele diz, então, que matará os dois. Sofia opta pela morte da filha, mais frágil e que seria passível de abusos com o decorrer do tempo. Ela é morta e o soldado leva também o garoto.

Neymar precisa escolher se vai morar em Paris ou Barcelona. Nem vamos comparar com Sofia. Pensemos na nossa luta anual para pagar um pacote qualquer. Caldas Novas ou Foz do Iguaçu? Cartagena ou Natal? Nada contra nenhum desses destinos, mas eles são provisórios. Sete dias, sem direito a almoço. Passeios, por fora.

E a escolha de Neymar não é espetacular apenas pela beleza das cidades, também o é pelo maravilhoso desafio que cada uma delas traz. Continuar com Messi e Suárez na luta pela reconquista da Espanha e da Europa. Travar a série infindável de conquistas do Real Madrid. Ou fazer do PSG, enfim, um time capaz da maior conquista.

Ser o parceiro primordial de Messi – não considero Neymar um coadjuvante – ou  ser o comandante de um novo time. Lembremos que, no Barcelona, Neymar teve papel maior que Messi, foi protagonista, apenas na incrível vitória por 6 a 1 contra o PSG.

Esperar o rei de Barcelona se aposentar e assumir seu lugar ou ser, agora, o rei de Paris? Trocar Messi e Suárez por Di Maria e Cavani? E por outros que virão?

Príncipe em Barcelona, rei em Paris. Parceiro na reconquista da Europa. Ou comandante de uma terceira armada, capaz de destronar, de vez, Madri e Barcelona. Ser lugar tenente ou capitão. Lutar para ser o melhor do mundo agora, ou esperar por alguns anos.

São muitos desafios, são possibilidades espetaculares, são equações que só trazem a felicidade. Pena que tudo seja definido, ao fim e ao cabo, pelo papai. E que a questão futebolística pese menos que a pecuniária.

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


Menon