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Zé Ricardo tem brevê para Boeing?

Menon

27/07/2017 12h52

O Flamengo é um Boeing. Desculpem-me se a metáfora é ultrapassada e se já há avião muito melhor que o Boeing. Como não entendo nada desse assunto – e de outros também – recorri a Murici Ramalho, que a utilizava ao falar do São Paulo. O Flamengo é um Boeing, mesmo quando tem um time ruim.

É juntamente com o Vasco, o primeiro grande time nacional. Através das fortes ondas da rádio Nacional, saiu de Flamengo, saiu do Rio e tomou conta do Brasil. O Santos é outro time nacional, mas por conta de Pelé e sua mágica troupe. Como não se apaixonar pelas onze camisas brancas com seus negros artistas da bola? Mas, no caso do Santos, não era paixão. Era simpatia, quase amor. Todos com o Santos contra Benfica, Milan, Boca etc. Mas, somos Flamengo. Ou Vasco.

O Flamengo é um Boeing que foi dirigido muito mal durante muito tempo. Houve, então, uma direção saneadora. As dívidas foram equacionadas e chegou a hora de investir. O primeiro nome foi Guerrero, tirado do Corinthians em crise. Depois, veio Diego. E o comando já estava com Zé Ricardo. Ele fez um Brasileiro muito bom, sucedendo Murici. Foi o Brasileiro do "cheirinho" quando a torcida viveu o grande sonho do hepta. Não deu, mas Zé Ricardo foi saudado como a grande revelação, como o homem do ano.

E o Boeing foi tomando mais forma ainda, agora com uma tripulação de altíssimo nível. Chegou Conca, que não joga por questões físicas ou táticas. Chegou Everton Ribeiro. E vieram outros, menos brilhantes como Geuvânio e Rhodolfo. E agora, Diego Alves, o tapapenales.

Zé Ricardo tem muitas opções. Pode montar um time com dois jogadores de velocidade pelos lados do campo, como Berrio e Geuvânio. Pode ter uma trinca de armadores com Diego, Everton Ribeiro e Mancuello. Ou Conca. Pode jogar com um volante só e quatro meias. Tem opção para todos os gostos. E não tem conseguido fazer o Flamengo jogar melhor do que no ano passado.

O cheirinho de 2017 é insistência e não esperança.

Zé Ricardo está se comportando como um cozinheiro de restaurante caseiro, famoso pelo tempero e que, ao ser contratado por um restaurante com estrela Michelin não sabe o que fazer. E se mantém fiel aos velhos temperos: Márcio Araújo, Gabriel, Rafael Vaz e Alex Muralha.

E, pior, diz que Muralha jogou bem contra o Santos. Jogou bem e levou quatro? Então, o resto do time foi péssimo.

Zé Ricardo precisa ousar mais no final de temporada. Fazer com que o time renda de acordo com as expectativas que foram criadas a partir da contratação de virtuoses (estamos falando de futebol brasileiro).

Caso contrário, em vez de pilotar um Boeing, estará no comando de um Titanic. E sem a dignidade daquela orquestra.

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


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