São Paulo precisa de um grande goleiro
Menon
18/08/2017 10h38
O São Paulo teve três goleiros em 30 anos: Gilmar, Zetti e Rogério. Os três foram campeões mundiais, nenhum como titular. Eram grandes goleiros, também falhavam, mas havia personalidade, força e confiança dos outros jogadores e da torcida. Totalmente diferente do que se vê com Denis, Renan e Sidão.
O que me assusta em Denis e Renan é a falta de ambição. Aceitaram ser coadjuvantes, à espera da renúncia de Ceni. Denis chegou em 2009 e sabia que só jogaria quando Ceni se aposentasse. E sabia que Ceni só se aposentaria quando quisesse. É uma postura ruim para quem tinha 22 anos. Deveria ter pedido para sair quando Rogério aceitou ficar um ano a mais e depois, outros ano a mais.
Renan Ribeiro chegou em 2013 para ser o reserva de Denis, para ser o reserva do reserva de Ceni. Talvez pensasse em ganhar a posição de herdeiro nos treinos e depois, é só esperar a aposentadoria do titular. Só conseguiu o que queria em 2017, o que acaba de perder.
A postura dos dois é muito passiva. Esperar alguém sair para assumir. Parece Monarquia. Foi uma postura totalmente diferente do que fez Ceni quando era reserva de Zetti. Ele mostrou que queria jogar, não apenas nos treinos, mas também falando. Deixou claro que, se não fosse sua vez, sairia. E Zetti saiu não porque quis, mas porque havia um jovem de muita qualidade, com 23 anos, louco para jogar.
E tem Sidão. Veio na melhor situação possível. Ceni havia parado. Denis havia fracassado. Ceni era o treinador e pediu por ele, após 35 partidas no Botafogo, time que defendeu após um semestre no Audax. Um ano jogando como titular em boas equipes e chega para ser titular do São Paulo. Não conseguiu. Não passou confiança e agora volta a ter uma chance.
São Paulo tem três e não tem nenhum. Denis termina o contrato em dezembro e vai sair. Renan termina o contrato em maio e o São Paulo não deveria ficar com ele. Não acrescenta nada. O correto é ficar com Sidão, Lucas Perri e um grande goleiro. Buscar alguém que dê tranquilidade e confiança ao time.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.