Sou contra suspensão Maycon e Gabriel
Menon
28/09/2017 17h18
Gabriel fez gestos obscenos à torcia do São Paulo. Nada que se compare a provocações de quem quer que seja. É uma coisa grave, em termos de luta contra machismo e homofobia. O juiz não viu. Deveria ver, mas não viu.
Se o juiz não viu, acabou. É o que eu defendo sempre, em todos os casos.
Um jogo tem 90 minutos e não pode se arrastar por semanas. Se Maycon e Gabriel vão ser punidos por imagens mostradas pela televisão e não percebidas pelo árbitro, então é necessário que tudo esteja sob a nova regra. O gol de braço de Jô, por exemplo. Por coerência, se vão punir o Maycon por um pisão que ninguém viu, que se tire o gol de Jô. E que se dê a Jô o gol que lhe foi tirado contra o Flamengo, em um erro clamoroso.
Esse tipo de punição pós-jogo serve apenas para que advogados e membros do STJD ganhem holofotes, que é o que adoram. Eu me lembro de um deles que ameaçou prender, PRENDER, Cristian por aquele gesto cretino de mostrar os dedos para a torcida do São Paulo. Os caras querem levar jogadores à justiça comum, o que eu considero válido apenas em casos de racismo em campo.
Nem deveria haver julgamento, como defende Guedes, um equilibrado amigo. As penas devem ser específicas e pronto, sem julgamento. Cuspiu? Tantos jogos? Mostrou a língua? Tantos jogos? Balançou as genitais? Tantos jogos.
Sem os holofotes para os promotores e com árbitros melhores, o futebol melhoraria muito.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.