Renato Portaluppi Gaúcho, o melhor técnico do ano
Menon
29/11/2017 22h41
Renato Portaluppi Gaúcho é o melhor técnico do Brasil em 2017.
Ah, você só fala isso agora que ganhou?
Justamente. Para mim, resultado é importantíssimo em uma análise assim. Não sou um comentarista "parnasiano". Do tipo arte pela arte. Desempenho pelo desempenho. Gol é detalhe.
Futebol não é desfile de escola de samba. Compactação nota dezzzz. Evolução nota nooooove. Posse de bolsas, oitoo.
É muito mais difícil.
Renato foi muito criticado quando disse a frase: quem não sabe, estuda, quem sabe fica na praia. Algo assim. Uma boutade. Foi entendida, a frase, como um sacrilégio, contra o futebol ciência.Tudo o que ele fazia era creditado a Roger. Não interessa se a defesa melhorou, se Ramiro entrou, se Douglas recuou. Não. Tudo já estava planificado por Roger.
O trabalho de Renato foi aparecendo. No Brasileiro, era o time que mais bem jogava. O futebol mais bonito. Mas que perdia jogos cruciais. Renato errava em poupar jogadores por conta da Copa do Brasil, por exemplo. Sem necessidade. Veio a eliminação para o Cruzeiro e a desconfiança voltou. O Grêmio, justamento o Grêmio, sem pegada.
Mas agora, o que dizer de Renato?
Que ele ganhou a Libertadores jogando muita bola. E com jogadores que conviviam com muito descrédito. Edílson, Fernandinho, Bruno Cortez (ia jogar a série B pelo Náutico), Leo Moura (ia disputar o Carioca, pelo Boavista), Cristian. E ganhou o primeiro jogo com gol de Cícero, (escorraçado do São Paulo), após ajeitada de Jael (ia disputar a série C pelo Fortaleza).
E, se Renato foi bom no ano, foi ótimo na decisão da Libertadores.
O que todos sabiam? Que o Lanús sairia para o jogo. Sufocaria. E caberia ao Grêmio o contra-ataque.
E o Lanús foi surpreendido. Sufocado. Pressão alta até em Andrada. Lá Fortaleza era tricolor.
Logicamente, não seria assim o tempo todo. O Lanús avançou as linhas, começou a pressionar e… apareceu o contra-ataque. Legal. Fernandinho box to box, como dizem os modernos.
E veio o segundo. Se o primeiro foi com herói improvável, o segundo veio com a Cavada do Craque.
Estava definido.
Apesar da dureza do segundo tempo, com gol do Lanús, expulsão de Ramiro e Luan perdendo o terceiro, novamente cavando.
Renato Portaluppi Gaúcho ganhou a Libertadores como treinador, depois de tê-la vencido também como jogador.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.