Em 1957, o São Paulo contratou Zizinho, o maior jogador brasileiro pós-Leônidas da Silva e pré-Pelé. Foi considerado o maior jogador da Copa de 50. Ele tinha 36 anos e jogou mais dois no São Paulo, antes de se aposentar no Uberaba, após passagem pelo Audax Italiano, do Chile. Zizinho foi o condutor do time no título paulista de 1957. Fez 67 jogos e 27 gols pelo São Paulo.

Em 1966, o São Paulo contratou Didi, considerado o maior jogador da Copa de 1958. Tinha 37 anos e era uma tentativa de repetir o efeito Zizinho. Jogou apenas quatro partidas. Não aguentava mais. Eu o entrevistei em 20a 01 e ele me disse que era são-paulino, porque havia sido muito respeitado no clube.

E agora, contrata Nenê, também de 36 anos. Será Zizinho ou Didi? Metaforicamente falando, é lógico, pois seu futebol não se compara ao dos dois gênios.

Pode ser que dê certo, mas há muitas dúvidas.

Primeiramente, o tempo de contrato. Nenê pediu um contrato de dois anos e o São Paulo queria um vínculo de apenas um. Evidentemente, Nenê se arrumou até a aposentadoria. Ou então, guardará um bom dinheiro, antes de encerrar a carreira em um clube menor, iludido por seu passado. O contrato é muito melhor para o jogador do que para o clube.

O salário é de R$ 250 mil, menos que os R$ 400 mil que recebe (recebe?) no Vasco. A informação é que ele teria aceitado receber menos porque o São Paulo é seu clube de coração. Haja, amor!!! Para mim, ele pensou no futuro. É melhor receber R$ 240 mil por dois anos do que R$ 400 mil por um ano. E iria para onde, após o final do contrato?

Nenê é o tipo de jogador que o São Paulo quer? Ora, Dorival Jr. gosta de jogar com intensidade, com jogadores jovens e capazes de dar ritmo e movimentação ao time. Por isso, queria Scarpa. E vai receber Nenê. Qual a intensidade? O que ele terá é um bom cobrador de faltas e de pênaltis.

O São Paulo deve perder Cueva após a Copa. E então, o que fará, caso Shaylon não se firme. Terá Nenê como titular? Em um campeonato duríssimo como é o Brasileiro.

Sinceramente, para mim, Nenê pode dar certo como um coadjuvante de elenco, com brilho em um jogo ou outro. Mais que isso, é pedir muito para o veterano. Nem se for são-paulino mesmo, ele fará o time correr.