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Diego perdeu magia e irreverência

Menon

20/04/2018 12h52

Cada entrevista de Diego, ao final de uma partida ou na zona mista, é como se o presidente do Clube Britânico de Chá estivesse comunicando que a partir do próximo mês nas reuniões das 17 horas será utilizado o chá proveniente da região Sul e não mais da região Nordeste.

Diego atende o repórter com educação. Cabelo extremamente bem penteado, com uma boa dose de brilhantina, barba aparada e…dispara platitudes. O time está bem, está no bom caminho, vai melhorar, a torcida tem o direito de vaiar e de aplaudir. Fala as mesmas coisas quando o time ganhou de quatro ou perdeu de três. Tudo no mesmo tom de voz. Pausado e monocórdico. Midia training funcionando a todo vapor.

E essa atitude blasé, como se fosse um europeu trazendo boa educação a terras tropicais, se repete em campo. Não há mais o Diego que subiu no escudo do São Paulo para comemorar um gol do Santos. Desnecessário? Pode ser. Mas também não há mais o Diego encarador, driblador, com chute de fora da área e aproximação com os zagueiros.

Ele domesticou o seu estilo irônico de falar, um parceiro de Robinho, mas domesticou também o seu futebol. Está tão burocrático que Everton, com muito menos talento, se transformou em um jogador mais importante para o time.

Com Diego como comandante – essa versão nova de Diego – aquela expressão "deixaram chegar" e aquela outra "o cheirinho", que são maravilhosas por trazerem esperança e alento dos torcedores, tornaram-se motivo de gozação.

Cheirinho, se depender de Diego, apenas o de seu perfume, que parece atravessar a tela da televisão e entrar na casa dos incautos. Cheiroso, perfumado, cabelo bem penteado, barba aparada…Diego se parece cada vez mais com um ator de cinema do que com…Diego, aquele do Santos.

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


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