Liziero, a joia solitária
Menon
05/09/2018 16h37
No final do ano passado, após o soterramento da possibilidade de queda, Dorival Jr. acenou com a subida de muita gente da base. No último jogo do Brasileiro, contra o Bahia já trouxe Gabriel Sara, Bissoli, que entraram durante a partida, além de Paulo Boia e Liziero. No time, titular absoluto, estava Militão, que estreara em maio.
Em janeiro, Dorival trouxe mais gente de Cotia. O clube criou uma campanha: #abasevemforte para recepcionar Caíque, Paulo Boia, Lucas Paes, Bissoli, Gabriel Sara, Marquinhos Cipriano, Pedro Augusto, Paulo Henrique e Rony. Depois, chegaram Igor, Luan, Rodrigo e a volta de Lucas Kal e Pedro.
São 15 nomes. E apenas Liziero se transformou em certeza, embora não seja titular. Luan demonstrou que pode seguir o mesmo caminho.
E os outros? Paulo Henrique e Bissoli não quiseram assinar outro contrato e voltaram para os aspirantes à espera do final do contrato.
Marquinhos Cipriano fez o mesmo e já foi para a Ucrânia. Rendeu dinheiro ao clube
Paulo Boia foi para o Portimorense, pequeno clube de Portugal.
Pedro Augusto é reserva no São Bento.
Rony é reserva no CSA.
Lucas Kal, depois de passagens frustrantes por Guarani e Paraná, foi para o Vasco.
Pedro, seu companheiro de Paraná e Guarani, tem nova chance.
Caíque está no grupo, sem chances.
Lucas Paes é o quarto goleiro.
Gabriel Sara voltou ao sub-20.
Igor e Rodrigo foram os últimos a subir.
Além deles, há três outros, que vieram de Cotia, sob muita expectativa.
Lucas Fernandes, que sempre foi o maior destaque, estreou na primeira rodada do Brasileiro de 2016. Depois, teve contusões que impediram o seu desenvolvimento. Fez 53 jogos pelo clube (quase nunca completos, coisa de dez ou 20 minutos) e não se destacou. Não cumpriu o que se esperava. Foi para o Portimorense, junto com Boia.
Shaylon é o reserva de Nenê. Fez um gol salvador contra o Bahia. Participou bem de alguns jogos, mas decepcionou totalmente contra o Fluminense, quando entrou como titular.
Lucas Fernandes e Shaylon dão a impressão de apatia, de falta de garra e personalidade.
E Brenner?
Acredito que sua ascensão ao grupo titular, com apenas 17 anos, foi precipitada. Acabou toda a vantagem física que tinha sobre garotos de sua idade. E não parece estar psicologicamente preparado para uma desilusão ou fracasso.
São 18 nomes e apenas uma certeza. E algumas boas possibilidades como Brenner, Shaylon e Luan. São números que mostram como é difícil apostar na base como sustentáculo de um time.
O jogo da base é praticamente outro esporte que o jogo no profissional. A exigência é muito maior. Além disso, como treinador tem medo de cair, sente medo em lançar jogadores jovens. Lançar, até lança, mas dar sustentação é outra coisa.
O garoto precisa chegar e mostrar serviço. Rapidamente. Caso contrário, a fila anda.
Cotia é a melhor coisa que o São Paulo tem. O que se gasta lá é pouco diante do lucro que se tem. Mesmo assim, não pode ser tratada como a salvação da lavoura. Por enquanto, é Liziero e quase mais nada. O que não é pouco.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.