Boca x River é o clássico da covardia. Brasileira
Menon
09/11/2018 16h20
Boca e River vão decidir a Libertadores. A última decisão em dois jogos. A última decisão antes da gourmetização do campeonato mais bacana que há. É um momento grandioso do futebol argentino.
Ele nasceu e se desenvolveu baseado na rivalidade/ódio. Boca odeia River. Independiente odeia Racing. San Lorenzo odeia Huracán, como Lanús detesta Banfield. Gimnasia odeia Estudiantes. Rosário x NOB. E por aí vai. Cada clube de bairro tem seu rival. No próprio bairro ou fora dele.
Então, quando a maior de todas as rivalidades (50% da população envolvida), decide o título, o que temos é a consagração de um estilo de vida, até mais do que uma maneira de encarar o futebol.
A Argentina só fala no clássico. A América vai parar. A repercussão é mundial. Eles merecem. Mas não precisava ser assim.
Palmeiras e Grêmio têm culpa. Corinthians também.
Comecemos pelo menos "culpado". O Corinthians, com péssimo futebol, caiu diante do Colo Colo. Se passasse, teríamos Corinthians x Palmeiras, algo semelhante a Boca x River.
Não houve.
Mas poderia haver Palmeiras x Grêmio na final.
Poderia, porque Boca e River não são superiores. Foram apenas mais corajosos. E mais respeitadores de sua história.
O River foi a Porto Alegre e deu um baile no Grêmio. Um estranho Grêmio, longe de suas características e abduzido pelo tal "espírito de Libertadores". O quê? Defender uma vantagem mínima até o limite da irresponsabilidade.
É só comparar o que fez o Grêmio com o que fez o Boca em São Paulo. Schelotto, como Renato, também tinha uma vantagem a defender. E atacou. Atacou o Palmeiras sem medo e com autoestima nas nuvens.
Dois pontas, um centroavante e um jogo de igual para igual. Empatou em 2 x 2. Como havia vencido em casa a um acoelhado Palmeiras, carimbou o passaporte rumo à grande final.
Boca e River merecem estar na decisão. Mas é bom lembrar que derrotaram dois times covardes: a galinha tricolor de Renato e a galinha alviverde de Scolari
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.