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Sampaoli erra com Campana e acerta com gordinhos

Menon

07/01/2019 16h29

Duas atitudes de Jorge Sampaoli chamaram a atenção no início de seu trabalho no Santos. Ele pediu a contratação de Martín Campana, goleiro titular do Independiente e terceiro goleiro do Uruguai no último Mundial, atrás de Muslera e de Martin Silva. O principal motivo da indicação é a facilidade com que Campana joga com os pés, algo que Sampaoli considera fundamental para o estilo de jogo que pretende implantar no Santos.

Quando o Santos o contratou já sabia dos conceitos de Sampaoli, mas como poderia imaginar que o treinador consideraria Vanderlei, o maior destaque do Santos e um dos bons goleiros do Brasil como descartável? Em seu planejamento pré-Sampaoli o Santos nunca pensaria em gastar com goleiro. Poderia até ceder Vanderlei, mas continuaria com Wladmir. Faria caixa com o goleiro. Agora, para agradar Sampaoli, precisa gastar. E o preço que se fala gira em torno de R$ 15 milhões.

Ora, o Santos não é o Manchester City. E Sampaoli não é Guardiola. Quando chegou ao City, o treinador espanhol pediu Cláudio Bravo, goleiro chileno, por sua qualidade com os pés. Não à toa foi titular absoluto de Sampaoli na seleção chilena. Não deu certo e Guardiola pediu Ederson. Foi atendido imediatamente às custas de 25 milhões de libras.

Inglaterra, Brasil, Premiere League, Brasileirão, Liga dos Campeões, Libertadores, City, Santos, Guardiola, Sampaoli…são realidades diferentes. Diferença abissal. Não dá para ser intransigente, é necessário adaptação. Sampaoli que ensine Vanderlei a melhorar com os pés. Com as mãos, ele não deve nada a Campana.

O que deve ser igual nas duas realidades tão diferentes é a responsabilidade do jogador. O profissionalismo. E, se Sampaoli pedir o afastamento dos jogadores que voltaram acima do peso após férias de um mês, estará muito correto. Há jogador com dez quilos acima. O que fez esse pessoal nas férias? Picanha, cerveja e jogo dos Amigos de Rodinelson x Amigos de Vandercleysson? Todo mundo tem direito a férias e elas devem ser muito bem aproveitadas. Mas um trabalhador não pode atentar contra seu instrumento de trabalho. Uma bailarina não pode aumentar sua circunferência, um escritor não pode cortar os dedos, um jogador de futebol não pode parecer com a bola.

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


Menon