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Ganso, apenas um patinho feio

Menon

08/01/2019 13h30

Aos 29 anos, Paulo Henrique Ganso, deixa o Amiens, na França, e procura um grande time brasileiro. Lido assim, fica a impressão de um avanço, de retorno às glórias. Afinal de contas, todo time grande do Brasil é muito maior que o Amiens. Mas não é bem assim. A verdade é que o Amiens não quis mais Ganso. Como o Sevilla não quis mais. Como ninguém quer. Na Europa, é claro.

Ganso, que poderia virar cisne, se transformou em um patinho feio.

É um caso triste, a meu ver. Ganso, em 2010, juntamente com Neymar, foi considerado o grande erro de Dunga. A ausência dos dois deu à presença de Júlio Batista um status de bizarrice que ele não merecia. Pelo menos em relação a Ganso. O passado e o futuro comprovaram que Dunga estava certo.

O que se passou com Ganso?

Não tenho respostas, só indagações e perplexidade.

É um jogador que não conseguiu achar sua verdadeira posição em campo? Muricy dizia que ele precisava ficar mais próximo à área. Outros diziam que ele deveria recuar e ser o Pirlo brasileiro, graças à excepcional saída de bola que daria ao time.

É um jogador perdido no tempo? Em resposta à Muricy, Ganso disse algumas vezes que preferia o passe perfeito ao gol. É um direito seu, mas ninguém conseguiu fazer entrar na sua cabeça que o craque do terceiro milênio é aquele que prefere o E e não o OU. Se tem a capacidade do ótimo passe, precisa ter a humildade (ou ambição) de também fazer gols.

É uma vítima dos novos tempos, em que um jogador de alto nível não pode viver apenas de suas qualidades técnicas? Precisa saber marcar, precisa ralar a bunda e também correr atrás do adversário.

Sofre com a má vontade de jornalistas que, totalmente embevecidos por tática, rejeitam um jogador que pouco interesse tem no jogo coletivo? É possível jogar bola hoje em dia, sem pensar no coletivo?

Os treinadores brasileiros só pensam em marcação e não aceitam um livre pensador livre de obrigações coletivas? Não conseguem montar um time à feição de Ganso? Mas, Ganso tem tanta bola assim? E Sampaoli, que o rejeitou no Sevilla não é brasileiro.

Ganso, um craque enigmático. Craque? Enigmático.

 

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


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