André Jardine precisa ter foco, muito foco
Menon
14/01/2019 14h30
Eu conheço o Arnaldo Ribeiro há muito tempo. Desde que eu era repórter da Gazeta Esportiva e ele, do Notícias Populares, há quase 30 anos. Íamos juntos para os treinos do São Paulo. Naquele tempo, era cabeludo e parecia o Lobão. Hoje, é a cara do Clark Kent.
É um bom amigo. Muitas vezes discordo de suas opiniões, o que, por enquanto é permitido em Pindorama. Na segunda-feira, no Linha de Passe, porém, sua intervenção soou como música aos meus ouvidos. Falou muito do que penso. Eu me sentia ouvindo um Profeta. Não o verdadeiro, é claro.
O que eu penso:
Para ter sucesso a curto prazo no São Paulo, o primeiro ponto é entender que seu trabalho é de curto prazo. Pode se estender, mas é de curto prazo. Se não conseguir classificar o São Paulo para a fase de grupo da Libertadores, beijinho, beijinho, tchau, tchau.
E como ter sucesso? O que significa ter sucesso?
Ganhar. Ganhar. Ganhar. Classificar.
O trabalho é ganhar.
O trabalho não é implantar um novo estilo de jogo, algo que fique marcado, algo que mude São Paulo.
Se fosse para fazer isso, era melhor trazer o Fernando Diniz.
O trabalho não é facilitar a integração dos jovens de Cotia. Não é firmar revelações, transformá-las em realidade.
Se fosse para fazer isso, seria melhor manter o Aguirre. Ele deu chances a Luan e Liziero, que foram muito bem, deu chance a Helinho, que foi regular e deu chance a Shaylon e Brenner, que foram mal.
Mas não é possível vencer e se classificar jogando com posse de bola e apostando em jogadores jovens.
Eu acho possível, o Arnaldo, não. Nossa diferença.
É possível, mas eu ainda aposto no pragmatismo.
Pablo e Diego Souza é mais confiável que Pablo e Helinho. E Jardine ainda não testou os dois cascudos juntos.
Antes de implementar o jogo de toque de bola, a saída de bola já construindo jogo, é preciso fazer algo muito mais importante. Fechar o lado direito da defesa. Os seis gols da Florida Cup nasceram por ali.
É a primeira missão de Jardine. Consertar a peneira. Botar lombada na avenida. Os fantasmas de Bruno e Buffarini estão presentes e atendem pelo nome de Bruno Peres.
Com a classificação, o trabalho de Jardine estará terá mais respaldo. Mesmo caindo no tal Grupo da Morte, com Inter e River Plate. terá chance de seguir, terá as costas um pouco mais largas. E poderá implantar mudanças paulatinamente.
Agora, é ganhar, ganhar, ganhar.
Hora do feijão e não do sonho.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.