Rodrigo Caio precisa desapegar do São Paulo
Menon
17/04/2019 14h26
A dor da separação é dura. Em assuntos pessoais ou profissionais.
Eu me lembro do Diário Popular, meu primeiro emprego. Adorava o trabalho, o tipo de jornalismo e os amigos. Somos únicos até hoje. Pensei que fosse trabalhar lá a vida inteira.
Quatro anos depois, fui demitido. Me comportei um tempo como um viúvo, até desapegar e continuar minha carreira em outros jornais, revistas e sites.
Rodrigo Caio deu uma entrevista patética em que mostra que não desapegos do São Paulo. Disse que encontrou no Flamengo um grupo focado e com sede de vitórias e títulos, algo que não viu em oito anos no São Paulo.
Ah, tá.
E ele não fazia parte dos grupos com quem conviveu, desde a estreia até a saída? Só ele tinha foco? Só ele tinha sede de títulos?
Ele não fazia parte dos problemas?
Rodrigo Caio sofreu uma grande injustiça. A torcida não aceitou seu gesto de honestidade, livrando o corintiano Jô de um cartão amarelo.
A reação foi grosseira e irracional. O zagueiro passou a ser tratado como um traidor, um renegado.
Rodrigo nunca aceitou a injustiça. Ficou magoado. Mas a vida é assim. Futebol é assim. Serve de lição.
Fico imaginando Rodrigo Caio fazendo a mesma coisa em um jogo do Flamengo. Contra Vasco, Fluminense, Botafogo ou o Serrano do Dudu Monsanto.
A reação seria a mesma. Em escala maior. Toda torcida é passional.
Então, Rodrigo, esqueça o passado. Esqueça o São Paulo que você sempre defendeu com honra e foco no Brasileirão. Não vai ser essa moleza de Estadual, não.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.