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Torcida protesta contra Leco e preço de ingressos

Menon

04/05/2019 11h30

A torcida do São Paulo está brava com o preço dos ingressos. Considera-se usada. Diz que só tem preço barato quando o time está lutando para não cair.

O Bonde do Che é quem mais está insatisfeito. Publicou um manifesto. O Bonde faz parte da Torcida Independente e se proclama antifascista.

Abaixo, o manifesto.

INGRESSO POPULAR, MORUMBI CHEIO!

E mais uma vez a gestão Leco aumentou nossos ingressos de modo ingrato e oportunista, pautada sabe-se lá em que (talvez no gigantesco "título" de finalista do Paulistão), e cabe a reflexão:

A RENDA DO BRASILEIRO: O salário mínimo no Brasil é de R$ 998, com ingressos a R$50 nas arquibancadas populares, com uma média de dois a três jogos por mês no Morumbi (sem contar quem acompanha o time fora), temos de R$100 a R$150 de gastos apenas com ingressos, somando-se transporte e a inevitável alimentação, dado que o Morumbi é distante para a maioria e frequentá-lo demanda muitas horas de deslocamento. Chegamos então uma média de gasto de R$100 a R$120 por jogo com ingresso a R$50, totalizando de R$200 a R$360 de gastos mensais apenas para acompanhar o time, sem comprarmos uma camisa ou produto sequer do clube. Restam R$638 para o sujeito pagar todas as contas e sustentar a família. Isso se ele nunca levar ninguém com ele ao estádio.

NOSSO PERFIL COMO TORCIDA: Não importa as pechas que nossos detratores tentem nos atribuir, somos e sempre fomos uma torcida popular. Somos a terceira maior torcida do país, a segunda maior do Estado e da cidade de São Paulo e nas periferias paulistas e paulistanas ficamos atrás apenas do nosso rival alvinegro em adesão. São esses setores mais pobres, compostos por subempregados e muitas vezes por desempregados, que compõem a parcela majoritária da nossa maior organizada, a Independente, entidade que apoia o time nas boas e nas más, viaja para os jogos fora e, ultimamente, tem levado à agremiação nas costas perante as pífias e CRIMINOSAS administrações, como a de Carlos Miguel Aidar, que estava deliberadamente ROUBANDO o clube. Nas lutas contra o rebaixamento servimos, mas basta termos um time minimamente competitivo que somos descartados? Ingratidão é grave crime moral, e nosso futuro nesta temporada ainda é uma incógnita. Façam a coisa certa agora, enquanto é tempo, não elitizem o estádio para depois, em caso de insucesso — o que não seria nenhuma surpresa com esse ridículo preparo físico do nosso elenco e nosso departamento médico obsoleto que não recupera ninguém prum campeonato de longa duração —, terem que apelar pela nossa volta com slogans demagógicos.

DE ONDE VEM O DINHEIRO: Ninguém aqui ou em qualquer setor da torcida é tolo: respiramos futebol, acompanhamos futebol e entendemos, ainda que o mínimo, de cada aspecto que move o futebol. Sabemos que o grosso da renda do clube não vem do valor dos ingressos, mas de patrocínios, parcerias, eventos, venda de atletas e programa de sócio. No frigir dos ovos, ingresso a R$50 com estádio vazio não faz nenhuma diferença nos cofres do clube e acaba dando na mesma que ingressos a R$10 com arquibancadas lotadas. A grande diferença é o escárnio ao qual somos expostos pela grande mídia e pelos rivais no primeiro caso, com fotografias do Morumbi vazio rodando o mundo e enfraquecendo a marca São Paulo Futebol Clube, além de anular o fator pressão e tornar a nossa casa uma área de lazer para os adversários.

A SOLUÇÃO: O estádio do Morumbi tem, segundo os números oficiais do São Paulo FC, capacidade para exatos 66.795 torcedores, e as arquibancadas Laranja e Amarela, que são aquelas que exigimos populares, não correspondem sequer a 50% disso. É plenamente viável oferecer uma experiência mais "confortável" a um valor mais alto em outros setores sem déficit para o clube e manter, por exemplo, a arquibancada Amarela a R$10 e a Laranja a R$20, pelo apelo que tem a festa das organizadas, durante todo o campeonato. Os resultados do time em campo trarão os torcedores menos aficionados, que lotarão os setores mais abastados do estádio trazendo não apenas o equilíbrio, mas o superavit.

Já estamos cansados de deslocarmos forças para, ao invés de levantarmos campanhas sobre temas como o racismo e a xenofobia nas arquibancadas, de tempos em tempos termos que voltar à questão da precificação dos ingressos.

Os populares já funcionaram, nos salvaram de um rebaixamento, não é especulação ou prognóstico, mas realidade comprovada através da experiência: o são-paulino lota o estádio e bate recordes de público QUANDO CONSEGUE PAGAR O INGRESSO.

Ingresso popular é sinônimo de Morumbi cheio e time vencedor.

Bonde do Che

#IngressoPopularMorumbiCheio #TorcidaQueConduzOTime

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


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