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Seleção burocrática, animada com torcida sem alma, cumpre obrigação

Menon

14/06/2019 23h21

Em 1993, cobri a Copa América pela primeira vez. Fiquei amigo de Júlio Chiapetta, jornalista argentino. E me lembro, como se fosse há dez minutos, de sua observação após o primeiro jogo, vitória do Equador sobre a Venezuela, por 6 x 1.

Todo mundo sabia que a Copa começaria com Equador x Venezuela. Todo mundo sabia que o Equador venceria. Então, amigos, começou a Copa.

Sempre foi assim: o time dono da casa tem duas babas no grupo. Em 93, eram Venezuela e EUA. Agora, Bolívia e Venezuela.

Então, ganhar é obrigatório. Ganhar por 3 x 0 é frustrante. Normal.

Tite escalou o time com dois volantes. Desnecessário. Mas Fernandinho apoia bastante. E Daniel Alves e Filipe Luís vão apoiar bastante. Não para as duas opções. E zero a zero em 45 minutos.

Dois gols de Coutinho definiram o jogo.

E Tite fez substituições burocráticas. Jesus no lugar de Firmino. Poderiam estar juntos, com a saída de um volante.

E um golaço de Cebolinha.

Foi uma vitória tranquila, justa, inquestionável. Tudo o que se esperava, como ensinou o Chiapetta, quando ainda éramos jovens e guapos.

Uma vitória que não empolga a torcida. Apenas 47 mil pagantes. Sem vibração alguma, sem conexão alguma com a seleção. Nenhum cântico, a não ser o biiiiichaa quando Lampe batia um tiro de meta.

Quando – e se – enfrentarmos a Argentina, chamarão Maradona de cheirador. Cada um dá o que tem

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


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