Dudu ou Diego? Quem errou mais?
Menon
18/07/2019 15h19
Dudu não bateu pênalti e o Palmeiras foi eliminado. Diego bateu, errou e ajudou o Flamengo a ser eliminado. Quem errou mais?
"Só erra está lá, batendo", repetem Diego e Jorge Jesus, mostrando que clichê é algo comum lá, como cá.
O treinador que chega com fama e carregando esperança de mudança, repete o que meu amigo Canguru, lá de Aguaí, diria para consolar algum cobrador do São Luiz.
O problema não é errar, embora seja um erro que vale milhões. O problema é bater de maneira grotesca.
Este erro merece uma CPI interna, que responda a algumas perguntas.
1) Alguém falou para Jorge Jesus que Diego bate mal?
2) Mesmo assim, ele o escalou? Por que é capitão? E, por falar nisso, ele é capitão por que, mesmo?
3) O Flamengo treinou cobrança de pênaltis? Se treinou, por que teve 75% de erros?
4) A escolha foi feita na hora? Quem tá a fim, levanta a mão?
Bem, enquanto a torcida do Flamengo crítica Vitinho, Everton Ribeiro e Diego, que erraram, a torcida do Palmeiras crítica Dudu, que não bateu. Crítica mais Dudu do que Gómez e Moisés, que erraram.
Estranho. Dudu teria obrigação de bater por que é o melhor do time? Então, por coerência, temos de aplaudir Diego, que teve a coragem de bater.
Dudu está muito mais certo que Diego. Ele percebeu que bate mal e de ficar fora das cobranças.
Nenhum jogador tem obrigação de ser bom em tudo.
E Dudu está em boa companhia. Pepe, e não Pelé, cobrava pênaltis no Santos. E Rivellino, a Patada Atômica, detestava cobrar pênaltis.
Saber de suas limitações é uma fortaleza. É uma forma de ajudar o time.
Agora, se você quiser bater e errar, não venha com essa historinha de "só bate quem erra". Significa que o mérito é bater. E não acertar? Aí, é fácil, né?
De que adianta ter coragem, se o seu erro é tão facilmente perdoado?
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.