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Intimidade mata o jornalismo

Menon

01/08/2019 15h44

"Intimidade gera aborrecimentos e filhos. Com a Senhora não quero ter aborrecimentos e, muito menos filhos. Portanto, exijo que me respeite."A frase é do ex-presidente Jânio Quadros, em resposta à  pergunta de uma repórter.

Ao responder grosseiramente à uma pergunta, de certa forma, ele deixou claro que considerava necessário haver uma linha entre jornalista e figura pública.

Não sei qual foi a pergunta. Não tenho opinião se algum procedimento foi quebrado.

Mas, me assusto com o que vejo hoje em dia.

Jornalista diz "chupa" para jogador.

Jornalista tira onda e faz história em desafio com jogadores.

É muita intimidade, não?

Caso 1) E se o jogador disser algo grosseiro relacionado com o verbo chupar e a irmã do apresentador? Ou com a mãe, como na várzea?

Caso 2) Quem é notícia, o jornalista ou o jogador? E depois, se o jogador fizer uma besteira em campo, o jornalista terá isenção para criticar o seu parceiro?

E me veio agora a imagem de um antigo Pan em que a repórter, à beira da piscina, pediu licença para dar um beijo ou abraço no nadador que havia acabado de ganhar uma medalha?

Não gerou filhos e nem aborrecimentos. Ao contrário, elogios e audiência.

E um apertão no balão de oxigênio que mantém o menino jornalismo sobrevivendo a duras penas.

 

 

 

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


Menon