Felipão e Carille sob o peso do Derby
Menon
03/08/2019 12h09
O Engenheiro Simão, meu amigo de priscas eras, estava mais feliz que pinto no lixo. O Palmeiras havia se classificado com um 4 x 0 no Godoy Cruz e ele estava ao lado da filha, a Bela Maria em uma churrascaria. O que mais seria necessário naquela tarde?
Luis Felipe Scolari.
Sim, o ídolo.
E ele estava no segundo andar.
Simão, que é vegetariano, comeu o último pedaço de brócolis, agarrou Maria e subiu as escadas. Já deu para perceber que pai e filha são mais verdes que a Floresta Amazônica pré Ricardo Salles.
Os degraus foram vencidos três a três, o que levou meu amigo a alcançar o segundo andar suando em bicas.
Felipão, meu quadril está doendo, mas subi pra dizer que você é o melhor treinador do mundo.
Scolari, muito atencioso, deixou sua mesa e foi ajudar Engenheiro Simão a se locomover. Cumprimentou, ofereceu picanha e aceitou gravar um pequeno vídeo para os palmeirenses de Itapuí, cidade que Simão "prefeitou" há alguns anos. Toda gentileza possível.
Deram as mãos, Simão de despediu e Scolari sentou-se novamente. Então, ouviu outra intervenção do meu amigo.
Felipão, domingo tem jogo contra eles. Precisa ganhar, você sabe, né.
Scolari falou alguma coisa sobre a dificuldade e a vontade de vencer, mas eu pagaria um chicabon para ler seus pensamentos.
Pqp, tô almoçando, levanto para ajudar esse cara, ofereço picanha, gravo vídeo e o cara vem exigir vitória e fazer pressão.
É, Felipão. É isso mesmo.
Não adianta ser o melhor do mundo. Precisa vencer o Corinthians. O antecessor caiu por causa de um Derby e não por empatar com o Ceará.
Foi em 8 de abril. Mais um dia a ser comemorado com preces a São Jorge na aprazível residência do Engenheiro Pinduca, outro grande amigo do século retrasado.
O Derby tem peso de campeonato. Ele acaba com grupos de WhatsApp de família. Termina casamentos, rompe namoros e separa pai e mãe.
Aquele primo querido vira um gambá safado. E a madrinha de batismo? Ah, mas é uma porca mesmo.
O Derby divide parte da cidade. E a une um louvor ao Supremo Amor, o Futebol, nossa verdadeira paixão nacional. Até o Vitor Guedes concorda.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.