O Santos é brincadeira
Menon
04/08/2019 13h15
Amigos, joguei muita bola. Quantitativamente falando, é claro. Cinco ou seis horas por dia, entre a lição de casa e o banho antes do jantar.
Gols feitos por chinelo ou tijolo. Bola de capotão, correria, sem posição, muito dribles e sempre jogando pra vencer. Rua de terra. Amigos de toda a vida, como Mirtu do Anísio e Valdirzinho Garrincha Loiro.
Futebol era muito mais uma brincadeira do que um jogo. A gente se divertia.
O Santos é assim. É lógico que tem tática, Victor Ferraz está em todos os lugares do campo, Jorge é lateral e meia, Felipe Jonathan é lateral e ponta, Pituca é volante e meia…Joga com três atrás, tem saída em x, faz linha de quatro etc etc.
Mas o melhor do Santos é entender o futebol como uma grande brincadeira. Algo lúdico, como no campinho de terra de cada um de nós. Colocar a tática em função da alegria. Dá intensidade.
E da vontade eterna de vencer. De transformar todo o jogo em uma eterna tentativa de construir um "três vira, seis acaba". Um joguinho como na infância.
Só assim, Soteldo pode jogar. Com aquele tamanho, só o futebol pode acolhê-lo. Vai jogar rugby, basquete, vôlei? E vai ficar fazendo função tática, correndo atrás de zagueiro? Não, né? Soteldo tem permissão para brincar em campo. E faz dois gols e dá uma assistência.
Carlos Sánchez, o homem da bola parada. E que golaço. Como na semana passada, bem colocado e esperando passe de Soteldo, após drible.
O futebol é simples. É um jogo. É uma brincadeira que nos faz feliz.
O Santos é um bálsamo.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.