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Malcom é vítima de um crime. Seria ótimo se reagisse

Menon

05/08/2019 12h13

Quero começar o post deixando duas coisas bem claras.

1) Malcom é vítima de um crime. Racismo.

2) Quem são os criminosos? Os torcedores do Zenit, com suas faixas pedindo respeito à tradição de não haver jogadores negros no clube. Pedem respeito à tradição criminosa, na estreia do brasileiro vindo do Barça.

Bem, definido quem é vítima e quem é algoz, quero me ater ao papel de Malcom. O Zênit merece um emoji de vômito. Só.

Ora, Malcom sabe que o Zênit só passou a contratar jogadores negros há dez anos. E sabe que a torcida é racista.

Então, por que jogar em um clube que defende ou aceita ideias racistas? Por dinheiro? Ora, ele conseguiria receber o mesmo dinheiro em um clube mais civilizado.

Bem, vamos pensar que ele não sabia de nada. Que fosse uma surpresa. Por que não reagir? Por que não falar alguma coisa, não mostrar descontentamento?

Daniel Alves comendo uma banana na bandeira de escanteio é o máximo que temos a oferecer em termos de posicionamento?

Eu sei. Eu sou branco. Eu não sofro racismo. Eu não sei como é.

Sei que o futebol é um meio de ascensão social e de fuga da miséria para muitos e muitos jogadores. Brancos ou negros. Sei que é preciso se calar, sei que é preciso ser invisível para sobreviver.

Mas sei também que o mundo mudou. Já não é preciso usar pó de arroz para esconder a pele. Já há atletas protestando contra o racismo. Desde Tommie Smith e John Carlos na Olimpíada de 1968.

É possível, é necessário fazer algo.

Não cobro ação de Malcom ou de outro jogador negro contra o desvio moral criminoso chamado racismo.

Lamento sua inação. A omissão.

Ainda mais de quem tem o nome que tem, recebido em homenagem a quem todos sabemos quem.

 

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


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