A diferença entre Jesus e os brasileiros
Menon
12/09/2019 05h06
Os treinadores brasileiros são ultrapassados, como disse Jorge Jesus antes de trabalhar aqui.
Eu diria que eles sofrem do efeito manada. Todos optam pelo mesmo estilo de jogo. Há dez anos, era o 3-5-2. Depois, o 4-2-4 e atualmente o 4-2-3-1.
Mas a questão principal não é o esquema, embora em nome dele, jogadores sejam sacrificados. Fulano não pode jogar junto com sicrano.
O que pega de verdade é a filosofia praticada. Algo assim:
1) O importante é não perder
2) Toda vantagem conseguida deve ser defendida com unhas e dentes
3) É muito mais importante defender a vantagem do que ampliá-la.
4) A única maneira possível de se manter uma diferença é recuar o time é apostar em contra-ataque.
Renato é uma exceção.
E Jesus?
Ao contrário dos colegas, ele não adapta os jogadores a um esquema definido. Ele tem conseguido escalar seus melhores jogadores aí mesmo tempo. Arão é o volante. Gérson, Everton Ribeiro e Arrascaeta no meio. Gabigol e Bruno Henrique no ataque.
E, quando consegue uma vantagem, o time luta para aumentá-la.
Evidentemente, a quantidade de jogadores com alto nível técnico ajuda Jesus a fazer sua opção pela qualidade.
"Ah, assim até eu", pode-se dizer.
Não é verdade. A grande maioria dos brasileiros escalaria um volantão ao lado de Arão.
E a rima pobre seria um problemão e não uma solução, Carlos Drummond de Andrade que me perdoe pela ousadia.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.