Luxemburgo merece julgamento justo
Menon
29/10/2019 12h47
Luxemburgo assumiu o Vasco na quinta rodada. O time tinha um ponto em quatro rodadas.
Havia muita desconfiança, após o mau trabalho no Sport em 2017. Algumas previsões:
O Vasco acabou de carimbar sua passagem para a Série B.
Boa sorte ao Vasco. Vai precisar.
Vai assumir, ganhar alguns jogos, brigar com todo mundo, o Vasco vai começar a perder e ele vai cair.
Perceberam? São críticas ligadas ao resultado.
Bem, depois de 24 rodadas com Luxemburgo, o Vasco chegou a 38 pontos. O Vasco, que tinha aproveitamento de 8%, passou a ter 58%.
Então, diante de resultados concretos, as críticas mudaram. Agora, dividem-se em duas vertentes
1) O resultado não é tão bom assim. Está de acordo com o orçamento do clube. Ora, o Flamengo é o time mais rico. Está em primeiro lugar. Então, Jesus não tem mérito algum.
Lógico que tem. O time joga um futebol espetacular. O que conta é isso, seu resultadista.
2) É mesmo? O que interessa é ter posse de bola e trocar muitos passes. É a única maneira de se jogar futebol. Resultado é só um detalhe.
Ora, amigos. O Vasco deve muito. Se caísse, teria uma diminuição terrível de cota. Teria dificuldade para subir.
E resultado não é importante?
Luxemburgo não faz o time jogar bonito, mas resgatou a autoestima da torcida, fez de São Januário um templo de amor, afastou quem não queria (e nem podia correr), criou um time competitivo, revelou Talles Magno e Pec, recuperou Ribamar e….está bom, não.
O Vasco tem uma base para 2020.
Tenho certeza que a torcida está feliz.
Pra mim, o trabalho é bom. Não sou parnasiano (a arte pela arte, ensinava o professor Rômulo, em Casa Branca, há 50 anos).
Luxemburgo merece um julgamento justo. Duvidavam de resultados. Ele deu. Pedem futebol bonito. Se ele conseguir, vão exigir revolução. Se ele revolucionar o futebol, pedirão triplos twists carpados em 3D…
Porque disso é que se trata. Luxemburgo é um cabra marcado para morrer.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.