Jesus: inveja e corporativismo não são xenofobia
Menon
18/11/2019 14h02
Estava conversando com o amigo Fernando Duarte, nosso homem na BBC. Um lorde, que poderia fazer parte de Downton Abbey. E não como mordomo.
O assunto era Jorge Jesus, do seu Flamengo. Fernando disse que vivemos tempos de polarização e que ela aumenta quando o assunto é futebol e Flamengo. "Não gosto de adulação e nem do desdém", disse Fernando.
Adulação, segundo ele, é quando se compara o Flamengo de hoje com o de Zico. Desdém é o comportamento de outros treinadores.
Desdém é uma boa definição: "o Flamengo gastou 200 milhões, ele não era conhecido, só trabalhou em Portugal etc etc".
O que leva ao desdém? A inveja, o corporativismo e o medo do novo. Nossos treinadores estão presos a esquemas e comportamentos. Todos no 4-2-3-1 e todos arrumando a casinha antes de atacar e todos recuando após sofrer um gol.
O medo de uma invasão de estrangeiros após o sucesso de Jesus e Sampaoli mexe até com quem já não tem mercado, como Papai Joel.
Agora, não vejo xenofobia constante. Alberto Valentim, o técnico cai-cai, foi xenófobo. Foi o que vi até agora.
É preciso ter cuidado para não imputar aos treinadores brasileiros mais do que inveja.
Xenofobia é muito grave.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.