Se virem, palmeirenses que humilharam inocentes, a conta chegou
Menon
04/12/2019 04h00
A diretoria do Palmeiras é responsável por uma grande notícia para o futebol brasileiro. Tão importante quanto uma contratação de alto nível.
Em nota oficial, prometeu expulsar de seu quadro de sócios, alguns desqualificados que ameaçaram verbal e fisicamente dois cidadãos que estavam vendo o jogo contra o Flamengo.
Eles não vestiam camisetas do time ou de torcidas organizadas e foram confundidos com infiltrados, já que o MP proibiu a presença da torcida do Flamengo.
Caçar infiltrados passou a ser uma obsessão, me conta um amigo sempre presente no estádio. "Ficam mais preocupados com isso do que com o jogo", disse.
A prática é comum. Uma corintiana e vários flamenguistas passaram pelo perrengue da iminente agressão física.
São palmeirenses que prejudicam o Palmeiras. Quem vai pagar pelas cadeiras arremessadas em direção a Gabigol? Não é apenas o prejuízo pecuniário. Tem o esportivo também. Alguma suspensão pode vir por aí.
E Felipe Melo, ameaçado por permitir que o filho tirasse uma foto com Gabigol. O quê ele deveria fazer? Impedir o filho? Ou ensinar a criança a mentir, não mostrando a foto a ninguém?
São palmeirenses que não conhecem a história do Palmeiras. Não conhecem a vocação do Palmeiras para a inclusão.
O Palmeiras não é mais (na verdade, nunca foi) apenas o clube dos "italianinhos", como se dizia antigamente, de forma preconceituosa.
É um clube gigante, com uma grande quantidade de "japoneses" e negros. Aliás, se os dois "sem camisas" fossem loiros e de olhos azuis, teriam sido chamados de "molambos", teriam sido humilhados como foram?
O Palmeiras representou a Seleção Brasileira em 1965, na inauguração do Mineirão. Vestiu a amarelinha e derrotou o Uruguai por 3 x 0. O treinador era Nelson Ernesto Filpo Nunes. Argentino como Artime. O Uruguai tinha Hector Silva, que também jogou no Palmeiras.
Talvez, os desqualificados, não saibam nada disso. Conheceram o futebol nesses tempos de cólera. Não sabem que o Palmeiras pode até ter sido oprimido, mas nunca foi opressor.
Como dizia o poeta Percival Bacci, meu amado tio palestrino, filho de corintiana e são-paulino, "esses caras que vão torcer na Caixa Prego".
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.